Uma fotógrafa mergulhou no mundo secreto e colorido dos funerais no Gana. Regula Tschumi é fotógrafa e antropologista que vive em Bern, Suíça, mas que se apaixonou pela forma como se celebram os mortos no Gana.

Segundo conta no seu site de portfólio, Tschumi passou vários meses por ano no Gana, desde 2003, onde realizou investigação de campo para a tese e doutorado ao longo de anos. O resultado foi transformado em texto e imagens num livro com fotografias de 2004 a 2024, tiradas principalmente do povo Ga da Grande Accra, mas não só.

As imagens retratam uma realidade muito distante da ocidental: funerais coloridos, caixões carregados em ombros que são tudo menos convencionais. De acordo com a fotógrafa, citada pela CNN, geralmente é a família que decide o formato do caixão.

Regula Tschumi

Por exemplo, uma vendedora de abacaxis foi sepultada num caixão em formato de abacaxi na região da Grande Accra, em 2019. Outro exemplo é o de um caixão em forma de caranguejo feito em 2024 para um construtor apelidado de “Caranguejo”.

Regula Tschumi

“Os caixões figurativos do povo Ga, em Gana, são únicos no mundo. Os formatos simbolizam frequentemente a profissão do falecido. Mas também podem representar um símbolo familiar ou estar relacionado a um provérbio. Caixões com design são usados ​​na região da Grande Accra desde a década de 1950 e tornaram-se parte integrante da cultura funerária local”, descreve a fotógrafa.

Os caixões surgiram em meados do século XX e foram originalmente derivados dos tradicionais palanquins decorativos. Hoje a tradição mantém-se com a extravagância pouco associada a um momento como o funeral.