A startup americana Foundation apresentou o Phantom MK1, um robô humanoide com 1,75 metros de altura e 80 quilos, projetado para atuar em campos de batalha, mas também em missões espaciais na Lua e em Marte.
Capaz de caminhar a quase 6,5 km/h, o androide está em fase de testes e negociações com o Departamento de Guerra dos EUA para assumir tarefas consideradas arriscadas para soldados, segundo avançou esta quarta-feira a revista ‘Newsweek’.
O CEO e cofundador da Foundation, Sankaet Pathak, explicou que o objetivo é que o Phantom possa executar praticamente qualquer tarefa humana, incluindo construção, manutenção e proteção de infraestrutura em ambientes extremos. “Queremos enviar esses robôs para o espaço e para locais onde os humanos não podem ir”, afirmou Pathak, destacando a aplicação do aparelho tanto em zonas de combate quanto em missões logísticas.
O robô é equipado com um amplo conjunto de capacidades, incluindo manutenção e reabastecimento de aeronaves e abertura de brechas em campos de batalha. Pathak sublinha que, mesmo sem armas, o Phantom poderá usar ferramentas humanas, e eventualmente armamentos, para cumprir tarefas específicas. Mike LeBlanc, ex-fuzileiro naval e cofundador da empresa, descreveu o robô como uma ferramenta multifuncional capaz de substituir humanos em atividades perigosas ou repetitivas.
Segundo um oficial do Departamento de Guerra, os sistemas autónomos como o Phantom serão cada vez mais explorados para reforçar a eficiência operacional. “Desde drones a robótica, tecnologias autónomas inovadoras serão desenvolvidas e implantadas para fortalecer as capacidades do combatente”, disse à ‘Newsweek’.
A Foundation, com cerca de 50 funcionários, adquiriu a Boardwalk Robotics, uma startup da Flórida especializada em torsos robóticos humanoides, acrescentando membros inferiores para criar o Phantom MK1. O robô, que custa cerca de 150 mil dólares em pequenas produções, já foi testado em eventos públicos e privados e está preparado para produção em larga escala.
Pathak prevê a implantação de milhares de humanoides nos Estados Unidos nos próximos 12 a 18 meses, para tarefas específicas, e a empresa considera a possibilidade de que milhões possam ser utilizados em dez anos, incluindo aplicações civis e militares. A Foundation concluiu recentemente uma ronda de financiamento que ultrapassa 100 milhões de dólares, avaliando a empresa em até 3,5 mil milhões de dólares antes de investimentos subsequentes.
Apesar do entusiasmo, especialistas alertam para limites tecnológicos e éticos. Michael Vermeer, do think tank RAND, assinalou que a integração de robôs humanoides em forças militares exige cuidados rigorosos com cibersegurança e guerra eletrónica, para evitar que sejam desativados ou usados contra aliados. Ken Goldberg, da UC Berkeley, destaca a necessidade de moderar expectativas sobre a autonomia e inteligência dos robôs, observando que grande parte das máquinas ainda depende de supervisão humana.
O Phantom MK1 enfrenta desafios práticos, como duração limitada de bateria e a complexidade de operar em ambientes não controlados. No entanto, Pathak acredita que o robô poderá transformar tanto operações militares quanto tarefas civis de alta complexidade. “A quantidade de trabalho é monumental, mas o crescimento do setor indica que é possível expandir o uso de robôs humanoides em larga escala nos próximos anos”, indicou.