Boas ideias, algumas vezes, surgem de forma inesperada. Essa máxima se aplica perfeitamente à gênese de “Blood and Thunder”, música da banda norte-americana Mastodon que se tornou um clássico do metal moderno.
Guiada por um riff de guitarra empolgante, “Blood and Thunder” é pesada, frenética e intrincada. Faixa de abertura de “Leviathan” (2004), a canção começou a tomar forma em 2003, quando o baterista e vocalista Brann Dailor precisou viajar do Havaí até Londres. Para amenizar o tédio das longas horas de viagem – lembrando que naquela época ainda não existiam smartphones -, ele comprou um exemplar de “Moby Dick”, clássico da literatura escrito por Herman Melville. O livro narra a história do Capitão Ahab e sua obsessão em capturar a baleia que dá nome à obra.
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Foto: Warner Music – Clay Patrick McBride
Segundo matéria especial publicada pela Metal Hammer, assim que chegou ao destino, Brann quis escrever um disco inspirado no romance: “Basicamente, eu disse: ‘Ei, acho que seria legal se fizéssemos um álbum conceitual vagamente baseado em Moby Dick. Vocês não precisam ler o livro para participar’. Eu simplesmente achei que seria legal esteticamente, antes de tudo”, revelou o baterista.
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“Leviathan”, de fato, se tornou um álbum conceitual, sendo “Blood and Thunder” a faixa que aborda a obra de forma mais direta. No refrão, Troy Sanders (baixo/vocal) e Brent Hinds (guitarra/vocal) entoam os versos “Baleia branca! Santo Graal!”, que condensam em poucas palavras o espírito da narrativa.
O antológico riff de “Blood and Thunder” foi criado por Brann, que curiosamente não é exatamente um astro da guitarra – pelo menos segundo Bill Kelliher, guitarrista do Mastodon, em entrevista à Guitar World.
“Brann é tão bom na guitarra quanto eu na bateria – ou seja, péssimo –, mas ele cria muitos riffs e os coloca nas minhas mãos.”
No fim das contas, “Leviathan” se firmou como um dos discos mais celebrados do Mastodon, e “Blood and Thunder” virou seu maior sucesso. É a música mais tocada da banda no Spotify, com quase 100 milhões de reproduções – número expressivo para um grupo que não pertence ao mainstream. Ao vivo, a faixa já foi executada mais de 800 vezes. Clique abaixo para conferir uma dessas performances.
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