hellie55 / Flickr

Aquilo que era um problema de caranguejos verdes europeus invasores revelou um comportamento completamente inesperado por parte dos lobos das redondezas.

Investigadores canadianos, que há anos monitorizam a espécie para controlar a população de caranguejos, registaram, na Colúmbia Britânica, lobos a manipular armadilhas de caranguejo de uma forma estratégica nunca antes vista na espécie. com recurso a ferramentas.

O fenómeno foi captado por câmaras remotas instaladas para identificar quem furtava a isca das armadilhas. Em poucos minutos, uma loba nadou até à praia com uma armadilha na boca e levantou a boia, arrastou a linha até a armadilha emergir parcialmente da água e abriu-a para aceder à isca. Tudo como se soubesse exatamente desde o início o que tinha de fazer. E assim, três minutos desafiaram tudo o que aprendemos durante décadas sobre o comportamento destes animais.

O estudo, publicado a 17 de novembro na revista Ecology and Evolution, descreve este comportamento como um “potencial uso de ferramenta”, dado que ainda não se sabe se se trata de um fenómeno isolado ou se é generalizado entre os lobos da região. A investigação aponta que, para já, foram observados pelo menos dois lobos capazes de identificar e abrir armadilhas para aceder à isca, mas como o fazem permanece um grande mistério.

Mas… como? Há duas hipóteses

Uma das hipóteses dos investigadores é que os lobos podem ter aprendido observando os guardiões da nação Haíɫzaqv, que retiram as armadilhas levantando-as verticalmente da água, adianta o Gizmodo. Os lobos podem ter replicado esta ação, mas horizontalmente, arrastando as armadilhas até à praia. Outra possibilidade é que tenham compreendido os padrões das marés, aproveitando-se do facto de as armadilhas surgirem só em determinadas alturas.

O comportamento sofisticado destes lobos, numa área com mínima presença humana, levanta questões sobre o impacto da atividade humana na inteligência animal e na gestão de espécies invasoras. Os investigadores sugerem que a ausência de perseguição humana pode ter permitido o desenvolvimento desta estratégia complexa, questionando também perceções tradicionais negativas sobre os lobos.


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