O crítico literário e professor da Faculdade de Letras da UFMG Eduardo de Assis Duarte é o convidado do ciclo de debates Sábados Feministas, promovido pela Academia Mineira de Letras (AML) em parceria com o movimento Quem Ama Não Mata. O tema será “As mulheres de Jorge Amado: Gabriela, Tieta, Dona Flor e Tereza Batista”.Duarte é finalista da 2ª edição do Prêmio Jabuti Acadêmico, na categoria “Antropologia, Sociologia, Demografia, Ciência Política e Relações Internacionais – que divulgará o vencedor em 5 de agosto –, com o livro “Narrador do Brasil: Jorge Amado, leitor de seu tempo e de seu país”, publicado pela editora Fino Traço em 2024. No livro, o autor desconstrói a visão reducionista de outros críticos sobre a obra do escritor baiano Jorge Amado (1912-2001) e propõe nova leitura a partir da interseção entre classe, gênero e etnicidade em torno das suas célebres personagens femininas e de outros protagonistas.
O evento será realizado neste sábado (2/8) na Academia Mineira de Letras (Rua da Bahia, 1.466), em Belo Horizonte, a partir das 10h, com entrada gratuita.
Homenagem em BH e autógrafos em ouro preto
Depois de ser homenageado na última segunda-feira com a entrega do diploma de Honra ao Mérito na Câmara Municipal de BH pelas mãos do vereador Pedro Patrus, o presidente emérito da Academia Mineira de Letras, Rogério Faria Tavares, volta a cumprir a agenda de lançamentos da coletânea que organizou em homenagem ao centenário de Dalton Trevisan, publicada em junho pela Autêntica. “Os elefantes viriam pela manhã” foi tema de bate-papo na última quinta-feira na Flip, em Paraty, mediado pelo organizador e com Luci Collin, Caetano Galindo, Marcelino Freire, Mateus Baldi e Noemi Jaffe, autores de alguns dos treze contos reunidos no livro. No dia 16, Rogério estará em Ouro Preto para autografar a antologia, a partir de 10h, na livraria Outras Palavras (R. Getúlio Vargas, 239).
Lançamentos
Reprodução
“Mito, literatura e o mundo africano”
• De Wole Soyinka
• Tradução de Karen de Andrade
• Editora Zahar/Edições Sesc
• 232 páginas
• R$ 69,90
Os mitos e deuses dos povos de África, vilipendiados e perseguidos durante a diáspora negra, são resgatados em “Mitos, literatura e o mundo africano”, do nigeriano Wole Soyinka (primeiro africano a ganhar o Nobel de Literatura), com uma proposta singular: a mitologia iorubá e suas divindades, como Ogum, Obatalá e Xangô, se tornam figuras de linguagem, tal qual os épicos gregos se fazem presentes nas metáforas e alegorias mais corriqueiras. Esta interpretação dos mitos africanos aproxima a origem de símbolos presentes, inclusive, na cultura brasileira, trazidos pelos negros escravizados e perpetuados por seus descendentes.
Reprodução
“Estrelas errantes”
• De Tommy Orange
• Tradução de Bruna Miranda
• Editora Rocco
• 336 páginas
• R$ 89,90
A violência secular contra os indígenas norte-americanos é retratada em “Estrelas errantes”, de Tommy Orange, a partir das vivências de duas pessoas da mesma família, separadas no tempo por quase cem anos. Jude Star, sobrevivente do Massacre de Sand Creek, em 1864, no Colorado, que tirou a vida de centenas de indígenas, luta para manter sua comunidade e suas histórias vivas diante da perseguição contra tudo que é nativo. Em 2018, Opal Viola Victoria Bear Shield enfrenta dramas contemporâneos à sociedade norte-americana em sua família, como o vício em medicamentos e a sombra constante da violência de extremistas.
Reprodução
“Ensinando a transgredir – a educação como prática da liberdade”
• De bell hooks
• Editora WMF Martins Fontes
• 270 páginas
• R$ 59,90
“Ensinando a transgredir”, obra das mais emblemáticas da ativista antirracista norte-americana bell hooks (1952-2021), ganha nova edição, com prefácio de Nilma Lino Gomes, professora emérita da UFMG. Na obra, bell expõe a necessidade de um novo modelo de ensino que motive os alunos a desobedecerem as estruturas de controle e opressão. Como ponto de partida, a ativista discute o uso do processo de ensino tradicional como forma de limar a liberdade e o pertencimento dos estudantes às suas comunidades – prática comumente adotadas em sistemas coloniais.