Ouvir música após os 70 anos de idade pode reduzir em 39% o risco de demência, segundo um novo estudo liderado pela Universidade Monash, em Melbourne, Austrália. O trabalho foi publicado na revista International Journal of Geriatric Psychiatry no dia 14 de outubro.
A pesquisa foi realizada com mais de 10.800 idosos e mostrou que, além de ouvir música, tocar um instrumento musical na terceira idade foi associado a uma redução de 35% no risco de demência.
Segundo o estudo, ouvir música diminuiu em 17% o comprometimento cognitivo, além de ter melhorado a memória episódica (lembrança de momentos cotidianos). Por outro lado, o envolvimento regular tanto na audição quanto na prática musical foi associado a uma redução de 33% no risco de demência e de 22% no risco de comprometimento cognitivo.
Para Emma Jaffa, aluna de honra da Universidade Monash e líder do estudo, as descobertas do estudo “sugerem que as atividades musicais podem ser uma estratégia acessível para manter a saúde cognitiva em adultos mais velhos, embora não seja possível estabelecer uma relação de causa e efeito”.
Sem cura disponível atualmente para a demência, a importância de identificar estratégias para prevenir ou retardar o início da doença é crucial, segundo Joanne Ryan, professora da Universidade Monash e autora sênior do estudo.
“As evidências sugerem que o envelhecimento cerebral não se baseia apenas na idade e na genética, mas pode ser influenciado pelas escolhas individuais de estilo de vida e fatores ambientais. Nosso estudo indica que intervenções baseadas no estilo de vida, como ouvir e/ou tocar música, podem promover a saúde cognitiva”, afirma Ryan.
Outras práticas que podem prevenir demência e declínio cognitivo
Conforme envelhecemos, o cérebro passa por alterações estruturais e funcionais que podem afetar a atividade cognitiva. Porém, com mudanças no estilo de vida e a realização de algumas tarefas, é possível reverter o risco de demência e minimizar o impacto do envelhecimento cerebral.
Entre os hábitos que podem proteger o cérebro antes e durante o envelhecimento está a prática de atividades físicas regulares e a adoção de uma alimentação saudável.
Além de exercitar o corpo, é fundamental praticar a “ginástica do cérebro”, ou seja, realizar atividades que estimulem a cognição. Esses estímulos incluem atividades que exigem atenção e raciocínio, como:
- Quebra-cabeças;
- Palavras cruzadas;
- Jogos de tabuleiro;
- Videogames;
- Sudoku;
- Cálculos matemáticos;
- Ábacos.
Outra forma de exercitar e desafiar o cérebro é aprender novas habilidades, como um novo idioma ou explorar atividades que exigem coordenação e concentração, como um novo esporte. Aprender a tocar um instrumento, como o estudo recente sugere, também é benéfico para proteger a cognição.