Miami International Film Festival / Flickr

Pras Michel

Pras Michel “traiu os EUA por dinheiro” para ajudar um empresário – que “só queria uma fotografia” com Barack Obama.

“Ready or not, here I come…” para a prisão. Prakazrel “Pras” Michel, um dos membros do grupo The Fugees, foi condenado a 14 anos de prisão.

O rapper “traiu o seu país por dinheiro”, resumem os procuradores: canalizou ilegalmente milhões de dólares em contribuições estrangeiras para a campanha de reeleição de Barack Obama, em 2012.

Segundo o Departamento de Justiça, o músico aceitou 120 milhões de dólares (pouco mais de 100 milhões de euros) de Low Taek Jho, empresário da Malásia que queria ter influência política nos EUA.

Os procuradores disseram que Michel “mentiu descarada e implacavelmente para avançar com as suas ações” e tentou enganar a Casa Branca, políticos de alto nível e o FBI durante quase uma década, cita a Sky News.

Já mais tarde, em 2018 e já com Donald Trump na Casa Branca, é acusado de ter pressionado a Presidência e o Departamento de Justiça para que arquivassem as investigações de desvio de fundos contra o empresário da Malásia.

Numa análise geral, Pras foi condenado por 10 crimes (em 2023) e, já no mês passado, foi condenado a uma multa de cerca de 65 milhões de dólares (quase 50 milhões de euros) pelo seu papel no esquema.

E os procuradores até queriam pena de prisão perpétua. Para “refletir a amplitude e a profundidade dos crimes de Pras Michel, a sua indiferença aos riscos para o seu país e a magnitude da sua ganância”.

O advogado do rapper, Peter Zeidenberg, acha que 14 anos é “completamente desproporcional ao crime”; e prometeu recorrer.

Entretanto, o empresário Low Taek Jho está a fugir da Justiça – mas continua a garantir que é inocente. Os advogados garantem que Low nunca quis atingir algum objetivo político; só queria tirar uma fotografia com Barack Obama.

Pras Michel foi um dos membros fundadores dos The Fugees, um dos grupos musicais com mais sucesso na década 1990, que também tinha os seus amigos de infância Lauryn Hill e Wyclef Jean.

Em agosto do ano passado, supostamente iria haver um regresso dos The Fugees – mas a digressão nos EUA foi cancelada, de forma discreta, apenas três dias antes do primeiro concerto. Não houve motivo oficial; Lauryn Hill falou em “manchetes sensacionalistas” e poucos bilhetes vendidos.

Dois meses depois, em outubro de 2024, Pras processou Lauryn Hill por quebra de contrato e fraude, acusando-a de má gestão do orçamento da digressão numa “tentativa velada e ardilosa de obter um grande lucro para ela própria”.


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