Muito mais do que uma ponte, a Hercílio Luz faz parte da identidade de Florianópolis (capital do Estado de Santa Catarina no Brasil). A construtora portuguesa foi a escolhida para recuperar este autêntico símbolo da cidade, tal como foi explicado no XV Congresso de Construção Metálica Mista, evento em que o JE é media partner.
Uma ponte com 100 anos cuja circulação foi interditada pelas autoridades de Florianópolis e à qual a construtora portuguesa Teixeira deu uma nova vida com uma requalificação impactante.
A apresentação deste caso de estudo no painel “Grandes Obras” fechou o primeiro dia do XV Congresso de Construção Metálica Mista e, em paralelo, do I Congresso de Engenharia de Fachadas – uma organização da CMM – Associação Portuguesa de Construção Metálica e Mista, de que o Jornal Económico é media partner.
Pedro Lopes Faro, engenheiro da construtora portuguesa Teixeira Duarte, explicou ao detalhe a reabilitação integral da Ponte Hercílio Luz, em Florianópolis (Brasil), que incluiu a substituição de apoio nas torres principais, reforço e recuperação de fundações, reabilitação da estrutura metálica, substituição de barras de olhal, celas e pendurais, incluindo trabalhos de transferência de carga. Foram também aplicados novos tabuleiros de circulação automóvel, pedonal e de velocípedes.
Inaugurada em 1926, a Ponte Hercílio Luz foi decisiva para o desenvolvimento de Florianópolis e foi definida como essencial para que a cidade se tornasse e mantivesse o estatuto de capital do Estado de Santa Catarina, no Brasil. Como explicou este engenheiro da Teixeira Duarte, a Hercílio Luz é muito mais do que uma infraestrutura, fazendo parte da identidade da própria cidade com quase 600 mil habitantes.
No entanto, aquela que é a maior ponte suspensa do Brasil sofreu um grande desgaste ao longo dos anos, o que fez com que em 1982 fosse interditado o trânsito rodoviário na infraestrutura e em 1991, as autoridades foram mesmo obrigadas a interditar qualquer tipo de utilização da Hercílio Luz.
Em 2016, iniciámos a obra para a reestruturação total da ponte e em 2017 foi iniciada a substituição total do sistema de suspensão da ponte. Algumas das operações foram muito mediatizadas na altura, o que mostra a simbologia da ponte na cidade. Ao todo, foram utilizados 210 mil rebites”, explicou o engenheiro da Teixeira Duarte. A ponte reabriu a 30 de dezembro de 2019 e continua a funcionar até hoje.