Longe vai o tempo em que a China não jogava na liga das potências mundiais, reforçando a cada dia a sua relevância em várias frentes, nomeadamente a tecnológica, automóvel e energética. Agora, o país asiático está mais perto de encontrar uma fonte de energia ilimitada.
De acordo com o The New York Times, a China tem quase tantos reatores em construção como o resto do mundo inteiro. O país está a apostar de tal forma agressiva nesta abordagem que se encaminha para ultrapassar a capacidade nuclear dos Estados Unidos, até 2030.
Conforme explorado pela The Cool Down, enquanto os primeiros novos reatores norte-americanos em várias décadas se tornaram motivo de ridicularização, por custarem 17 mil milhões de dólares e terem sofrido um atraso de sete anos, a China construiu 13 reatores semelhantes no mesmo período.
China aposta fortemente na energia nuclear
Um relatório do Breakthrough Institute indica que, desde 2010, quase todos os projetos chineses foram concluídos em sete anos ou menos, contrariando o mito de que um reator precisa de cerca de uma década para ser construído.
Os guindastes estão posicionados no local de construção da segunda fase da Central Nuclear de Changjiang, um investimento da empresa estatal China National Nuclear Corporation e do China Huaneng Group, a 28 de junho de 2023, em Changjiang Li, Província de Hainan, na China. Fonte: China News Service/ China News Service/ Getty Images, via CNBC
Segundo o consultor David Fishman, ao The New York Times, a China está habituada a construir obras de enorme dimensão, e essas competências de gestão de projetos são transferíveis.
Isto importa, pois, embora a tecnologia atualmente utilizada de fissão nuclear produza grandes quantidades de eletricidade com baixas emissões de carbono durante todo o dia, gera resíduos radioativos de longa duração, envolve riscos de segurança e é complexa.
Assim sendo, perante as desvantagens da tecnologia nuclear que utiliza atualmente, a China já começou a avançar no sentido da fusão nuclear, que liberta uma quantidade quase ilimitada de energia.
Recentemente, uma infraestrutura chinesa de fusão instalou um enorme componente de 400 toneladas, aproximando-se rapidamente do objetivo estabelecido para 2027.
Segundo Mark Hibbs, investigador sénior no Carnegie Endowment for International Peace, ao mesmo órgão de comunicação, embora os Estados Unidos tenham, também, projetos nucleares em curso, “os chineses estão a avançar muito, muito depressa”.

