As abelhas de Helena Ramos não produzem mel. Produzem comunidade. O olhar oblíquo e próximo da jovem fotógrafa brasileira reflete intimidade e empatia, como se cada fotografia convidasse o visitante a percorrer diferentes formas de sociabilidade. As 138 imagens analógicas da artista surgem como fragmentos de um mesmo filme: registam a efervescente vida noturna de São Paulo, festas de aniversário, concertos e desfiles de moda, paisagens e viagens, arquitetura, corpos em movimento, gestos quase invisíveis. Muitos momentos são captados como acidentes, variações de luz ou cores inesperadas, transformando-se em elementos expressivos da imagem. No Museu de Serralves, a paulista de 26 anos, vencedora da 17ª edição do Prémio Novo Banco Revelação, apresenta a sua primeira exposição individual — um arquivo de encontros convertido numa reflexão sobre viver em comunidade.

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