Após ser demitido pela segunda vez do The Who em maio, Zak Starkey não poupou indiretas para Roger Daltrey. Ao que pareceu pelas declarações do baterista, foi o vocalista quem o desligou da banda.
De início, circulava o boato de que a motivação teria sido um desempenho aquém do esperado nas apresentações realizadas no Royal Albert Hall, em Londres, na Inglaterra, no fim de março. Segundo uma fonte ao The Mirror, a situação nos bastidores teria sido “um pouco tensa, para dizer o mínimo”.
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Um vídeo da performance de “The Song is Over” mostrava o cantor irritado por não conseguir ouvir o tom em seu retorno por causa da bateria – fato que, posteriormente, o baterista ironizou nas redes sociais por mais de uma vez.
Na tentativa de apaziguar o clima, Zak disse continuar conversando com o ex-colega, que só “o aposentou” da formação, em suas palavras. Porém, também não escondeu a mágoa, revelando até mesmo que seu pai Ringo Starr “nunca gostou” do frontman do The Who.
Para Daltrey, o comportamento do filho do eterno Beatle diante da demissão passou dos limites e quis “assassinar” sua reputação. O assunto surgiu em recente entrevista ao jornal The Times, repercutida pela Ultimate Classic Rock.
Segundo o vocalista, nunca houve uma briga com Zak em cima do palco. Descrevendo os contratempos técnicos com o baterista como “pilotar um avião sem ver o horizonte”, ele explicou:
“[O som] era controlado por um cara na lateral e havia tanto subgrave no som da bateria que eu não conseguia manter minha voz afinada. Eu estava apontando para o bumbo e gritando com [Starkey] porque era como pilotar um avião sem ver o horizonte. Quando o Zak achou que eu estava brigando com ele, não era isso. Foi só isso que aconteceu.”
Em seguida, Daltrey deixou claro que não gostou da repercussão que Zak deu ao ocorrido e que, no fim das contas, quem manda na banda são ele e o guitarrista Pete Townshend:
“Foi praticamente um assassinato de reputação e foi extremamente perturbador. Pete e eu mantemos o direito de ser o The Who. Todos os outros são músicos de apoio.”
A opinião de Pete Townshend
Uma nota assinada pelo The Who afirmou que, diante da turnê de despedida “The Song is Over – The North American Farewell Tour” e do desejo de aposentadoria para um futuro próximo, a melhor solução era dispensar Zak, que “tem um grande futuro pela frente com sua nova banda e outros projetos empolgantes”. Scott Devours, que já trabalhou com os membros, entrou em substituição.
De acordo com Pete Townshend, por mais que o problema tenha envolvido apenas o vocalista, a decisão de demitir o baterista aconteceu tecnicamente em conjunto. Ao mesmo tempo, contudo, o guitarrista assumiu ao jornal The i Paper que as coisas “saíram do controle”:
“Acho que o Roger simplesmente se perdeu [nos shows]. O Roger está tendo dificuldades. Tenho que tomar cuidado com o que digo sobre o Roger, porque ele fica bravo se eu disser qualquer coisa sobre ele. Vai acabar me demitindo também. Mas isso não quer dizer que foi ele quem demitiu o Zak. Foi uma decisão que Roger e eu tentamos tomar juntos, mas acabou saindo do controle.”
Sobre Zak Starkey
Filho de Ringo Starr, Zak Starkey juntou-se ao The Who em 1996, durante turnê celebrando o álbum “Quadrophenia” (1973), e acabou permanecendo na formação por mais tempo do que o saudoso Keith Moon. Além do trabalho na banda, o artista é conhecido por integrar o grupo indie Mantra of the Cosmos e por ter sido baterista do Oasis entre 2004 e 2009, substituindo Alan White.
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