A fragilidade das palavras-passe voltou a ganhar destaque em Portugal, depois de um novo relatório internacional revelar que “admin” passou a ser a palavra-passe mais usada no país este ano. O estudo, que analisou hábitos digitais em 44 países, mostra que a vulnerabilidade continua elevada em todas as gerações e que as combinações mais óbvias permanecem entre as preferidas dos utilizadores portugueses.

Apesar dos alertas frequentes dos especialistas em cibersegurança, a maioria continua a ignorar as recomendações básicas. Em Portugal, as palavras-passe mais populares continuam a ser sequências fáceis de adivinhar. “123456”, agora no segundo lugar, foi destronada por “admin”. Logo a seguir surgem “123456789”, “12345” e termos como “password”.

Há ainda referências desportivas comuns, como “sporting” e “benfica”, que permanecem entre as escolhas mais previsíveis, de acordo com o portal especializado em tecnologia Pplware.

Principais conclusões do relatório

O relatório identifica tendências semelhantes em todas as faixas etárias e destaca que a fraca qualidade das palavras-passe é um problema transversal. As conclusões incluem vários pontos relevantes, entre eles o facto de as Gerações Z e Y preferirem sequências numéricas extensas ou expressões em voga, como “skibidi”, enquanto as gerações mais velhas continuam a utilizar nomes próprios nas credenciais.

Apesar de se notar um ligeiro aumento no uso de caracteres especiais, as combinações continuam previsíveis, como acontece com “P@ssw0rd”. O estudo indica também que mais de metade das palavras-passe mais comuns a nível mundial correspondem a sequências simples de teclado, incluindo “qwerty”, “qwerty123” e “123456789”.

Tendências globais que pouco mudam

No panorama internacional, “123456” permanece como a combinação mais utilizada, seguida de “admin” e “12345678”. O termo “password”, nas suas diferentes variações e línguas, continua igualmente entre os mais escolhidos. O relatório sublinha que cerca de 80 por cento das violações de dados resultam do uso de palavras-passe fracas, comprometidas ou repetidas, demonstrando que a consciencialização digital continua aquém do necessário, segundo a mesma fonte.

Gerações diferentes, erros semelhantes

Uma das revelações mais relevantes do estudo diz respeito ao chamado “mito do nativo digital”. Os dados mostram que a literacia em segurança não é significativamente superior entre os mais jovens. Na prática, os hábitos de um utilizador de 18 anos são comparáveis aos de um utilizador de 80. A principal diferença está no uso de nomes próprios, que é mais comum entre as gerações mais velhas.

Recomendações para reduzir riscos

Para evitar ataques e compromissos de segurança, os especialistas, citados pelo Pplware, recomendam a criação de palavras-passe aleatórias com pelo menos 20 caracteres e proíbem a sua reutilização em vários serviços.

A utilização de gestores de palavras-passe e a ativação da autenticação multifator são igualmente apontadas como medidas essenciais. A verificação regular de credenciais é outra prática cada vez mais necessária num cenário de ameaças digitais em constante evolução.

Leia também: Vai estar na rua às 17 h? Proteção Civil alerta para este fenómeno climático nos próximos dias e reforça “cuidados”