O Presidente não ficou sem resposta. A congressista da Georgia disse que Donald Trump “ficou irritado” com o facto de ela insistir que os ficheiros Epstein fossem divulgados. “Claro que ele me está a atacar com força para dar um exemplo e assustar os outros republicanos antes da votação para divulgar os ficheiros Epstein. É realmente impressionante o quanto ele se está a esforçar para impedir a divulgação dos documentos”, atirou.

“Apoiei o Presidente Trump com muito do meu tempo precioso, com muito do meu dinheiro, e lutei arduamente por ele, mesmo quando todos os outros republicanos lhe viraram as costas e o criticaram”, destacou Marjorie Taylor Greene, entrando ao ataque mesmo que isso tivesse contrariado algumas das suas declarações passadas: “Eu não venero ou sirvo Donald Trump. Eu venero Deus, Jesus é o meu Salvador e o meu distrito congressional e o povo norte-americano”. 

Esta troca de acusações nas redes sociais culminou com o anúncio de que Marjorie Taylor Greene vai abandonar as funções de congressista em janeiro de 2026, não se recandidatando para um segundo mandato. Mas sem antes tecer as críticas mais duras ao Presidente: “Se sou descartável pelo MAGA e sou substituída pelos neoconservadores, pelas grandes farmacêuticas, pelas grandes empresas de tecnologia, pelo complexo militar-industrial, pelos líderes estrangeiros e pelas elites de doadores que nem sequer consegue se identificar com os norte-americanos, então muitos norte-americanos comuns também foram descartados e substituídos”. 

O estilo explosivo e controverso converteu Marjorie Taylor Greene numa das políticas mais mediáticas dos Estados Unidos da América. No livro Weapons of Mass Delusion, o jornalista do New York Times Robert Draper explicou que a congressista ganhou relevância “ao dominar a chamada ‘economia da atenção’ da internet”. Nas redes sociais, apresentava uma retórica explosiva, associada às teorias de conspiração do grupo QAnon — que alega, entre outras coisas, que existe uma rede global de pedófilos que governa o mundo.

É certo que o comportamento da congressista nas redes sociais gerava indignação, revolta e fazia com que se levantassem questões sobre a sua seriedade enquanto política; mas o retorno consistia em visualizações, engagement, likes e atenção mediática. Num duro golpe para esta estratégia, a conta do Twitter (que na altura ainda não era detido por Elon Musk) de Marjorie Taylor Greene chegou a ser suspensa em 2022 por violação das normas da comunidade, apesar de já ter sido reposta. A resposta de Greene? Era um sintoma de “uma revolução comunista” que estava em marcha nos Estados Unidos.