Os astrónomos apelidaram-no de “quase-lua”, um asteróide chamado 2025 PN7 que se move pelo espaço numa órbita muito semelhante à da Terra ao redor do Sol e que, estimam, assim permanecerá até por volta de 2083, ou seja, durante quase seis décadas.

Embora não esteja gravitacionalmente ligado à Terra, este “pequeno” corpo celeste, com cerca de 19 metros de diâmetro – enquanto a Lua tem aproximadamente 3476 quilómetros de diâmetro –, segue uma trajectória orbital semelhante à do nosso planeta. Faz parte dos asteróides Arjuna, um grupo de objectos celestes que se movem perto do nosso planeta em órbitas com características semelhantes à órbita da Terra.

Num artigo publicado em Setembro na revista Research Notes, uma publicação da Sociedade Astronómica Americana (AAS, na sigla em inglês), os investigadores sugeriram que o corpo celeste 2025 PN7, detectado neste Verão pelo observatório Pan-STARRS, localizado no Havai, poderia ser um “quase-satélite”, também conhecido como “quase-lua”.

No estudo, os autores salientam que estes “quase-satélites” se encontram “em órbita ressonante” com o nosso planeta, “mas não estão gravitacionalmente ligados à Terra”.


Por outras palavras, salienta a revista Smithsonian, “as ‘quase-luas’ não são luas de verdade – são asteróides que, da nossa perspectiva, parecem orbitar a Terra, mas, na realidade, seguem uma órbita heliocêntrica muito semelhante à do nosso planeta”. Já as “miniluas”, por outro lado, “são capturadas temporariamente pela gravidade da Terra”, como aconteceu com o 2024 PT5, um asteróide que orbitou a Terra temporariamente entre Setembro e Novembro de 2024, agindo como uma “segunda lua”.

A base de dados da NASA lista o 2025 PN7 como um objecto próximo da Terra e, segundo os astrónomos, este asteróide acompanha a Terra desde a década de 1960, sendo o seu brilho fraco o motivo pelo qual permaneceu oculto durante tanto tempo.

A monitorização destes corpos celestes é útil para testar ferramentas de navegação, assim como tecnologias que um dia poderão servir para desviar ligeiramente da sua trajectória algum asteróide em risco de colidir com a Terra – não é o caso do 2025 PN7, uma vez que as previsões da sua trajectória não indicam que possa aproximar-se da nossa atmosfera e, embora esteja “próximo” tendo em conta o tamanho do cosmos, a sua posição real em relação à Terra fica a uma distância de 4 a 17 milhões de quilómetros.