“Enquanto 50% dos portugueses pagam seguros de saúde para não morrerem nas antecâmaras da morte lenta do SNS, incluindo os políticos dessas esquerdalhas; as trafulhices continuam com a conivência passiva da Ordem dos Médicos e dos Governos”. A acusação é feita numa publicação de Facebook, datada de 20 de novembro.

Mas será verdade que metade dos portugueses têm seguros de saúde?

Segundo o RADIS – Relatório de Avaliação de Desempenho e Impacto do Sistema de Saúde, da Convenção Nacional da Saúde, em 2024 “mais de metade da população tinha algum tipo de seguro, plano ou subsistema (58%)”.

Apesar de este número ser próximo dos 50% indicados na publicação, engloba também os portugueses que usufruiam de outros planos ou subsistemas e não apenas de seguros.

De acordo com dados do Observatório dos Seguros de Saúde, uma plataforma da Autoridade de Supervisão de Seguros e Fundos de Pensões (ASF), em 2024 havia 4.060.378 pessoas com seguros de saúde. Cerca de quatro milhões.

O Instituto Nacional de Estatística (INE) estima que a 31 de dezembro de 2024 existiam em Portugal 10.749.635 pessoas. Ou seja, o número de portugueses com seguros de saúde rondava os 37,8% do total, pouco mais de um terço.

Considera-se, portanto, que a publicação peca por falta de contexto. A percentagem que ronda os 50% (em rigor, 58%) abrange pessoas com seguros de saúde, mas também com outros planos ou subsistemas – como é o caso da ADSE ou da ADM (Assistência na Doença aos Militares da Forças Armadas).

A percentagem de pessoas a usufruir apenas de seguros de saúde é inferior: cerca de 38%.

_____________________________

Avaliação do Polígrafo: