O protagonista não estava lá. As comemorações do 50º aniversário da restauração da monarquia em Espanha, esta sexta-feira, ficam marcadas pelo paradoxo da ausência da primeira figura a chefiar tal instituição em democracia, Juan Carlos de Borbón y Borbón, coroado a 22 de novembro de 1975 como Juan Carlos I. O seu filho e herdeiro, Filipe VI — que lhe sucedeu após a abdicação, em 2014 —, tomou a decisão afastar das celebrações o pai, de 87 anos, atendendo ao desejo que este expressou, em 2019, de se retirar da vida pública. Em agosto do ano seguinte, partia para o exílio em Abu Dhabi, nos Emirados Árabes Unidos.
As circunstâncias deste afastamento ditaram o tom das comemorações, deliberadamente muito discretas. Não houve representação de outras casas reais europeias; desfiles militares; grandes manifestações cívicas. Os escândalos amorosos e financeiros de Juan Carlos durante os últimos anos do seu reinado pairaram no ar, trazidos à luz pela recente publicação em França das suas memórias, “Reconciliação”, um livro que sairá em Espanha a 3 de dezembro. O jornal “El País”, que sempre manteve uma atitude de grande respeito em relação ao papel do ex-rei agora exilado, considerou a publicação deste livro “um erro, um erro colossal”.
SubscreverJá é Subscritor?Faça login e continue a lerInserir CódigoComprou o Expresso?Insira o código presente na Revista E para continuar a ler