Esta tecnologia é uma alternativa para o tratamento da Hiperplasia Benigna da Próstata, uma patologia muito frequente nos homens com mais de 50 anos e que está associado a múltiplos sintomas urinários. Tiago Rodrigues, médico especialista em Urologia, explica os detalhes e vantagens deste tratamento.

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O Aquabeam é uma nova tecnologia para o tratamento dos sintomas urinários no homem. Pode ser utilizada em todos os tamanhos de próstata, preserva a vida sexual e a continência. É um robô que utiliza um jato de água de alta pressão para desobstruir a uretra e melhorar os sintomas urinários, permitindo uma qualidade de vida superior.
O sistema robótico Aquabeam permite a ablação de tecido prostático (HBP) por meio de jato de água de altíssima velocidade e alta pressão (10.000 PSI), sem utilizar nenhum tipo de energia térmica, ao contrário das cirurgias endoscópicas clássicas (RTU-P) ou com laser.
O procedimento cirúrgico é controlado e realizado por um sistema robótico guiado por ecografia. O cirurgião controla todo o procedimento através da ecografia e da imagem cistoscopia em tempo real, planeando o tratamento de forma personalizada e delimitando o tecido prostático a remover pelo robô.
Uma vez que todos os parâmetros estejam integrados, o robô realiza o procedimento de forma rápida, previsível e precisa (cerca de 6 min). Após terminar, é colocado um cateter na bexiga que geralmente é retirado no dia seguinte e o paciente geralmente recebe alta após 24 horas.
Além do menor tempo de internamento, a preservação da vida sexual, nomeadamente da ejaculação, e a menor perda de sangue constituem importantes mais-valias e que permitem ao homem manter uma vida plena.
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Cronologia de uma inovação
A aquablação da próstata constitui a primeira cirurgia para a hiperplasia benigna da próstata realizada autonomamente por um robô.
Realizada através de um robô chamado Aquabeam, esta cirurgia permite combinar a precisão do robô em autonomia com o conhecimento e experiência do Urologista. Na realidade, cabem ao médico todas as decisões, desde os pontos de referência ao desenhar ao template que o robô vai executar. Apoiado em duas imagens simultâneas e em tempo real (ecografia e endoscopia), secundado por algoritmos próprios, é possível obter riscos muitíssimos baixos com elevada taxa de sucesso.
Um doente que tenha a sua qualidade de vida gravemente afetada por sintomas urinários, após se determinar que os mesmos têm origem numa obstrução provocada pela próstata, é candidato à realização desta cirurgia.
O procedimento é incrivelmente rápido, por comparação com as técnicas clássicas, não ultrapassando, em média os seis minutos de execução. Se acrescentarmos a instalação do robô e a fase final de hemóstase, falamos de um tempo anestésico entre os 30 e os 45 minutos.
Além dos tempos cirúrgicos curtos, a reduzida hemorragia no pós-operatória permite remover a algália à maioria dos doentes nas primeiras 24 horas, pelo que o tempo de permanência no hospital é extremamente curto.
Após uma recuperação que se estende por algumas semanas, os doentes voltam à sua vida normal sem nenhum efeito secundário, nomeadamente sem alteração da continência urinária nem da vida sexual, incluído a ejaculação que se mantém.
É possível melhorar drasticamente a qualidade de vida afetada pela próstata e manter uma vida plena, quer na continência quer na vida sexual.
Artigo da autoria do médico Tiago Rodrigues, especialista em Urologia.