Aline Deluna – Divulgação / Rodrigo Lopes
Aline DelunaDivulgação / Rodrigo Lopes
Publicado 23/11/2025 05:00
Rio – Aline Deluna integra a quarta temporada da série “Arcanjo Renegado”, sucesso no Globoplay, como Cristiane, uma mulher forte que assume a rotina da casa e a criação das filhas enquanto lida com as consequências da profissão de risco do ex-marido, o policial Raoni, vivido por Renan Monteiro.
“A Cristiane é uma mulher bem resolvida, que possui uma relação saudável e de amizade com o ex-marido, com quem divide a criação das crianças, e que lida com a tensão e preocupação com a profissão do ex-companheiro. Ela representa uma posição ocupada por muitas mulheres, responsáveis pelo cuidado das filhas e pela manutenção da casa, vivendo a angústia diária de saber que o pai das meninas se coloca em risco. É uma daquelas mulheres que não podem se dar ao luxo de fraquejar”, reflete Aline.
Com dez episódios, a produção insere Cristiane no contexto de uma temporada em que Mikhael (Marcello Melo Jr.) enfrenta novos riscos longe do Rio de Janeiro. Já, na cidade maravilhosa, a vivência das famílias de agentes ocupa espaço importante na narrativa, tema que, para Aline, dialoga diretamente com acontecimentos recentes no estado.
“Na nossa cultura, o mais comum é vermos mulheres responsáveis pelo lar. A tragédia que aconteceu no Rio deixou claro como vidas são ceifadas de ambos os lados e, depois disso, permanecem esposas e mães tentando lidar com luto, dor e, ainda assim, sustentando a estrutura familiar. Quem olha para essas mulheres?”, provoca.
Do teatro musical à psicologia
Com trajetória consolidada no teatro musical, Aline atualmente interpreta Maria Bethânia no espetáculo “Djavan, Vidas para Contar”, dirigido por João Fonseca. O papel exigiu profunda pesquisa e sensibilidade para captar a força cênica da artista baiana.
“Para mim, o primeiro passo é entender a essência da personagem. Bethânia é uma força da natureza: ela preenche o espaço, interpreta cada palavra, é uma atriz cantando. Assisti a muitas apresentações, documentários e entrevistas. Representar alguém que admiramos dá medo, a cobrança interna é maior. A confirmação veio quando Djavan assistiu a uma apresentação e disse que ficou impressionado com a semelhança. E depois, com a aprovação do Caetano Veloso. Ali eu soube que estava no caminho certo”.
A carreira teatral também rendeu à atriz uma relação especial com Paris, onde apresentou uma versão em francês do espetáculo “Josephine Baker, a Vênus Negra”, que lhe garantiu indicações aos prêmios Shell, APTR, APCA, Cesgranrio e Botequim Cultural.
“Foi uma experiência maravilhosa, a realização de um sonho. A Josephine foi uma menina que sobreviveu e cresceu na pobreza nos EUA, cruzou o continente através da arte e reescreveu sua história, assim como eu, que comecei a fazer teatro aos 7 anos na Praça Seca, em um centro cultural gratuito, tendo como referência apenas o que via na televisão. As apresentações foram maravilhosas e renderam convites para novas sessões na França e no Brasil”, revela.
Além da carreira artística, Aline mantém há dez anos um consultório de psicanálise. “A saúde mental entrou na minha vida por curiosidade. Quando comecei a graduação, não sabia se atuaria profissionalmente, mas é gratificante ajudar alguém a se libertar de amarras internas e florescer. Hoje, não me vejo escolhendo entre uma área e outra. Pretendo seguir atuante nos dois campos”, conta.
Próximos passos
Na música, a artista prepara um álbum com releituras de canções de Josephine Baker, com lançamento previsto para 2026. No audiovisual, Aline gravou um longa de animação, que deve ser lançado ano que vem, e participou de outro filme rodado em 2024, no qual atuou e assinou a preparação de elenco.
“Felizmente, tenho muitos projetos no forno. Sigo em circulação com o musical ‘Djavan, Vidas para Contar’. Há um álbum sendo finalizado, filmes chegando e um novo projeto teatral sobre o qual ainda não posso adiantar muito, mas posso garantir que vem muita coisa boa por aí”, adianta.