Lando Norris e Oscar Piastri, ambos da McLaren, foram desqualificados do Grande Prémio de Las Vegas. Os pilotos tinham ficado em segundo e quarto lugar, respectivamente, mas quatro horas depois da corrida constatou-se que os carros infringiram o regulamento relativo à espessura permitida do bloco antiderrapante (comummente “plank” ou “skid block”), avança o The Guardian.
A FIA (Federação Internacional do Automóvel), entidade reguladora da Fórmula 1, depois de inspeccionar os carros declarou que os blocos apresentavam um desgaste maior do que o limite aceitável de 9 milímetros.
Um bloco com maior desgaste pode permitir que os pilotos conduzam os carros muito próximos do solo e, assim, obtenham vantagem aerodinâmica. Este dispositivo, adoptado oficialmente no GP da Alemanha em 1994, é rigorosamente fiscalizado.
“A equipa disse que existiam circunstâncias atenuantes, uma vez que houve um efeito de porpoising [um fenómeno da aerodinâmica típico da F1 relativo aos saltos que o carro dá por estar demasiado perto do solo] inesperado, oportunidades limitadas devido ao tempo no primeiro dia e sessões de treino mais curtas”, começou a FIA.
No entanto, “infelizmente, não havia nenhuma disposição nos regulamentos ou em precedentes para qualquer penalidade sem ser a habitual, a desqualificação. A FIA defende veemente a opinião de que a violação não foi intencional e não houve tentativa deliberada de contornar os regulamentos”.
Antes da desclassificação, Lando Norris tinha conseguido o segundo lugar na prova ganha por Max Verstappen, aumentando a sua vantagem no campeonato para 30 pontos sobre Piastri e 42 pontos sobre Verstappen. Agora, o britânico continua a liderar mas por 24 pontos sobre Piastri e Verstappen, com Piastri em segundo por ter vencido mais corridas.
Pilotos com opiniões diferentes sobre circuito de Las Vegas
As opiniões sobre a pista no Nevada dividem-se. Charles Leclerc diz ser das suas favoritas, apesar do sexto lugar. O piloto da Ferrari, que ficou em sexto, citado pela Reuters, diz tratar-se de “uma boa pista para ultrapassar”, o que não é comum em pistas urbanas. Laurent Mekies, chefe da equipa da RedBull, também assumiu que “todas as corridas em Las Vegas têm sido melhores que a anterior”.
Fernando Alonso, por sua vez, apesar de considerar a pista “divertida”, afirma que o asfalto “não está ao nível da Fórmula 1”. “É muito escorregadio, não conseguimos aquecer os pneus e não há aderência. É extremamente irregular, não é seguro correr. Acho que é necessária uma conversa com a FIA”, acrescentou o veterano da Aston Martin, que terminou em 13º.
Para além dos problemas do solo, Alonso tece críticas à gestão do calendário. A corrida de Las Vegas acontece duas semanas depois da de São Paulo, no Brasil, e uma semana antes do Grande Prémio do Qatar. “É difícil para nós vir aqui com esta diferença horária e distância face à Europa, com a corrida do Brasil a acontecer há duas semanas. Agora vamos directos para o Qatar e são 17h de voo e 13h de diferença horária”, acrescenta.
Carlos Sainz, da Williams, partilha desta opinião. “Devia ser seguida da do Brasil. Assim, pelo menos não era necessário voltar à Europa, adaptarmo-nos lá e voltar para aqui. Poderíamos simplesmente voar directamente para Las Vegas, fazer um intervalo lá e depois rumar à dupla corrida do Médio Oriente”, disse o piloto que garantiu que já fizeram estas queixas chegar a Stefano Domenicali, CEO da F1.
Faltam ainda duas etapas para o final do campeonato: no Qatar, na próxima semana, e em Abu Dhabi, a 7 de Dezembro.