José Carlos Pinto, em excelente momento, bateu a concorrência para para se sagrar campeão (22.14), após as sete voltas ao percurso (7,47kms). O atleta, que corre como individual e que há um mês fez história na Noruega tornando-se no primeiro português a correr abaixo dos 28 minutos nos 10 km estrada, deixou Miguel Moreira (Benfica), campeão em 2024, em 2.º (22.19) e Etson Barros (Benfica) em terceiro (22.34). Pinto foi o quarto atleta a cortar meta e, naturalmente, o primeiro português.

«Estou extremamente feliz por este título. A primeira vez que fiz corta-mato longo foi há dois anos, aí tinha zero de preparação e decidi entrar para ajudar a minha equipa. Hoje, estou com um background diferente deste último ano, e por isso foi diferente, estava muito confiante e sabia que posso estar ao nível dos melhores do mundo em qualquer disciplina, então não tinha nada a perder. Por isso decidi ir com os atletas estrangeiros e acho que tomei uma boa decisão. É uma sensação muito boa conseguir o meu primeiro título de campeão no Nacional de Corta-Mato. Não tinha dúvida alguma que hoje seria campeão. Sei bem como me estou a treinar, o meu treinador também o sabe. O objetivo claramente não é o nacional, é o Europeu de Corta-Mato e vamos ver o que vai acontecer, pode ser algo engraçado… », deixou no ar, otimista.

«Para mais parto com um bocadinho mais de experiência do que a concorrência, porque já conheço o percurso e penso que isso pode ser decisivo. Quando aqui treinei pela primeira vez achei que era uma pista muito complicada… O terreno é rápido, se não chover no Europeu vai ser uma prova ainda mais rápida do que esta. Mas aí também já vou estar melhor preparado, porque agora vamos entrar em estágio e isso vai ser decisivo. Os meus objetivos em termos de carreira mantêm-se inalterados, sou um atleta que continua a apostar forte nos 1500 metros, mas a nossa preparação é muito abrangente, gosto de correr e faço-o com gosto em qualquer disciplina», rematou.

Em masculinos, a luta individual foi intensa e contou com a ajuda de forte presença internacional, uma ajuda preciosa para o Benfica que conquistou o título de campeão nacional após o triunfo na prova do queniano Victor Kimosop ,o primeiro atleta a chegar à meta (21.56).

O Sporting – o queniano Charles Rotich foi o primeiro entre os leões, sendo Rui Pinto o 10.º classificado (6.º entre os nacionais) – e SC Braga (Edwin Bett, também queniano, o primeiro dos guerreiros que tiveram João Amaro (5.º nacional) como primeiro português, ficaram com o segundo e o terceiro lugar nas contas dos clubes.

A estafeta mista do Benfica

Nas estafetas mistas, os encarnados, com o campeão mundial dos 1.500 metros Isaac Nader, Salomé Afonso, Teresiah Gateri e Thomas Marques, venceram em 17.27 minutos, à frente dos leões Teresa Delfino, Rodrigo Lima, Patrícia Silva e Alex Macuácua, que gastaram 18.27.

«Estou muito feliz por esta vitória coletiva na estafeta, na verdade a equipa fez praticamente o trabalho todo, tínhamos uma equipa muito forte, espero que em fevereiro consigamos revalidar o título de campeões da Europa de clubes, é esse o objetivo principal do clube nesta vertente do corta-mato. Mas foi um sentimento de grande alegria, porque estava a correr em casa, com a minha equipa, por isso teve um sabor muito, muito bom ganhar em casa, uma sensação como se calhar há muitos, muitos anos não senti. Mesmo com o nível que, felizmente já atingi, poucas vezes ou nunca corri em casa… há muitos anos que não corro no Algarve e por isso são sempre momentos que me marcam e fico muito feliz por isso. Esta incursão no Corta-Mato é simplesmente para ajudar o clube a sagrar-se campeão nacional e incluída na preparação para fevereiro sermos campeões da Europa», destacou Isaac Nader.