As eleições presidenciais e legislativas da Guiné-Bissau em Portugal estão a ser marcadas por uma aparente forte afluência às urnas, embora, paradoxalmente, muitos são os eleitores que não conseguem votar devido à alteração de última hora das listas eleitorais.

Em Portugal, os 13.764 eleitores recenseados (metade dos existentes na Europa — 26.420) estão divididos por 41 urnas de voto em todo o país, sendo que, na região da Grande Lisboa, onde está registada a maioria dos eleitores, se pode observar a maior confusão, com os votantes que querem votar nos locais onde já o fizeram no passado a serem informados que, afinal, a mesa de voto está noutro local.

Diante da embaixada guineense em Lisboa, onde ninguém do pessoal diplomático nem da própria Comissão Nacional de Eleições se mostrou disponível para falar à Lusa, apesar da forte afluência que se registou desde as primeiras horas da votação, dezenas de eleitores foram impedidos de votar, sendo remetidos para outras secções espalhadas pela Grande Lisboa.

Ricardo André Líder, mandatário para a Europa da candidatura de Fernando Dias, confirmou as informações, acrescentando ter sido informado, só sexta-feira, da alteração dos locais de voto e da transferência dos eleitores para outras mesas.

Fernando Dias, candidato presidencialMandatário para a Europa da candidatura de Fernando Dias diz acreditar na mudança de regime na Guiné-BissauFoto: Samba Balde/AFP/Getty Images

André Líder disse acreditar que a “votação maciça” dos eleitores guineenses vai permitir, apesar dos contratempos, levar a uma mudança no regime liderado pelo Presidente Umero Sissoco Embaló, “sinal claro” que anseiam pela “paz, liberdade de pensamento e de circulação” e que a Guiné-Bissau “precisa de paz”.