Elevam-se para quatro os detidos pelo assalto frustrado a uma ourivesaria de Ponte de Lima, em 30 de outubro de 2024, tratando-se três colombianos e um porto-riquenho o quarteto já em prisão preventiva, mas há ainda um quinto suspeito de integrar o subgrupo da quadrilha internacional de liderança sul-americana, que se suspeita estar fugido algures no estrangeiro.
Os quatro presos preventivos são um casal de colombianos que serviriam como “olheiros” da quadrilha sul-americana, dizendo aos responsáveis pela associação criminosa quais as rotinas dos alvos a assaltar, detido pela Polícia Judiciária de Braga, em 17 de abril de 2025, o jovem que foi baleado, John Anderson Vargas Celis, de 23 anos, além do colombiano detido já esta semana.
Este último detido pela PJ de Braga, Victor Vargas Roa, de 61 anos, teria residência habitual em Espanha, mas suspeita-se que se deslocasse a Portugal com muita frequência, alegadamente para “estudar” os potenciais alvos dos assaltos, que eram não só ourivesarias, como ainda clientes de agências bancárias, monitorizados quando levantavam muito dinheiro e depois assaltados.
Em comunicado divulgado já este domingo, a Polícia Judiciária revela que através do Departamento de Investigação Criminal de Braga, na continuidade da investigação sobre um furto praticado no interior de uma ourivesaria, em Ponte de Lima, deteve ao todo quatro suspeitos por furtos qualificados, associação criminosa e falsificação de documentos, um dos quais esta semana.
“No decorrer da investigação foi possível recolher informação da existência de uma rede criminosa organizada e transnacional, constituída por cidadãos estrangeiros e estabelecida em território espanhol, cujos membros, de forma profissional e gozando de grande mobilidade, a coberto de documentos de identificação falsos, faziam deslocar-se por diversos países europeus, para praticarem ilícitos de natureza patrimonial”, segundo o comunicado emitido hoje pela Direção Nacional da Polícia Judiciária.
“O modus operandi em Portugal assentava na angariação de viaturas e a propositada e rápida deslocação por território nacional, com recolha de informação e vigilâncias realizadas por diversos membros da rede, com funções definidas entre si, identificando estabelecimentos de venda de metais preciosos e sinalizando pessoas que se deslocassem a instituições bancárias”, refere a PJ.
“Foram, assim, sinalizadas, em 2024, diversas ocorrências criminais decorridas na zona norte de Portugal, que passavam pelo acesso de membros da rede criminosa ao interior das próprias dependências bancárias, em que os suspeitos, de forma discreta, procediam sempre à monitorização das operações realizadas pelos clientes e uma vez assinalados como tendo recolhido somas avultadas de dinheiro, eram sujeitos a vigilâncias e a seguimentos”, sendo que “depois, as vítimas, os clientes das instituições bancárias, eram abordadas pelos criminosos que, mediante distração, furtavam-lhes o dinheiro antes levantado”, segundo a PJ.
O modus operandi nas ourivesarias
Quanto ao modus operandi dos crimes praticados nas ourivesarias, no Norte de Portugal, mas mais especialmente na região do Minho, a Polícia Judiciária refere que “de igual modo, noutras situações, no interior das ourivesarias e agindo como clientes legítimos, distraíam os colaboradores, apropriavam-se de objetos de valor e colocavam-se em fuga”, conforme salientou a PJ.
“Da investigação realizada, com a colaboração das suas congéneres espanholas, Guardia Civil e Polícia Nacional, foi possível proceder-se à identificação de diversos suspeitos que constituíam a rede criminosa”, ainda segundo refere a Polícia Judiciária.
“Já em 2025, quer em Portugal, quer no Reino de Espanha, foi dado cumprimento a diversos mandados de detenção europeu, que visaram uma parte dos elementos do grupo criminoso, pelo que foram detidos mais quatro suspeitos e identificado um quinto”, informa também a PJ, segundo a qual “após a extradição de três elementos, encontram-se em prisão preventiva quatro homens e uma mulher, todos estrangeiros, prosseguindo, entretanto, ainda, mais investigações criminais” da Polícia Judiciária.