Um estudo de especialistas da Universidade Estadual de Michigan, da Universidade de Belgrado e do Politécnico de Milão avaliou o risco de colisões da Terra com objetos interestelares, como ‘Oumuamua’ e ‘3I/ATLAS’. Embora os cientistas alertem que a probabilidade de um impacto durante a vida de qualquer pessoa seja extremamente baixa, o trabalho permite identificar locais e períodos com maior vulnerabilidade no planeta.
As recentes descobertas de cometas interestelares como 1I/’Oumuamua, 2I/Borisov e 3I/ATLAS levaram à pergunta sobre o risco que representam para a Terra. Os astrónomos lembraram que, apesar da maior velocidade relativa desses corpos, a frequência de impactos é muito menor do que a de asteroides e cometas de origem solar. Ao longo da história do planeta, entre 1 e 10 objetos com cerca de 100 metros de diâmetro podem ter atingido a Terra, estima o estudo, mas a maioria das crateras teria sido apagada por atividade tectónica ou efeitos atmosféricos.
A pesquisa indicou que crateras de impactos interestelares têm maior probabilidade de serem preservadas na Lua, embora a identificação seja complexa devido à sobreposição com outras formações. A trajetória desses objetos sugere que os mais prováveis vêm próximos ao plano da galáxia, onde se concentram a maioria das estrelas, e que a gravidade do Sol atua como um fator de foco, aumentando a probabilidade de colisão perto do equador.
Segundo os autores, os objetos interestelares que já foram observados atingiram velocidades máximas entre 44 km/s e 88 km/s, comparadas com os 11 km/s a 73 km/s de asteroides de órbita solar. A velocidade mais provável em caso de impacto com a Terra é de 72 km/s. O estudo indica também que o pico de frequência de impactos ocorre no inverno do Hemisfério Norte, enquanto os objetos mais rápidos, capazes de causar explosões mais intensas, são mais prováveis na primavera.
Apesar destes padrões, os cientistas reforçam que a probabilidade de um impacto interestelar é extremamente baixa e que a diferença entre o mês mais seguro e o mais arriscado é mínima. As análises consideram principalmente objetos provenientes de anãs vermelhas, mas algumas conclusões aplicam-se a visitantes originários de sistemas estelares mais massivos.
O estudo preliminar está disponível no arXiv e, segundo o IFLScience, representa um avanço na compreensão de como visitantes interestelares interagem com a Terra, ainda que não haja motivo para alarmes imediatos.