A Amazon apresentou oficialmente a sua nova aposta para o mercado de internet via satélite, prometendo revolucionar a conectividade global. O serviço, denominado Amazon Leo, chega com uma antena de alto desempenho, a Ultra, que promete velocidades muito superiores às da sua principal concorrente, a Starlink.

Projeto Kuiper da Amazon para rivalizar com a Starlink

Do Project Kuiper ao Amazon Leo

A gigante do comércio eletrónico revelou finalmente o design do terminal de utilizador para o seu serviço de internet via satélite, até agora conhecido como Project Kuiper. A apresentação coube a Panos Panay, a mente criativa por trás da linha Surface da Microsoft, que recentemente se juntou à Amazon para liderar a divisão de dispositivos.

Este novo equipamento promete velocidades que podem triplicar a oferta atual da Starlink, com a empresa a planear o início dos testes piloto em breve, antecipando um lançamento em larga escala para 2026.

O Amazon Leo representa a materialização do Project Kuiper, um ambicioso projeto em desenvolvimento desde 2019. Para colocar a sua constelação de satélites de órbita baixa em funcionamento, a Amazon tem recorrido aos foguetes da Blue Origin, a empresa espacial de Jeff Bezos. Embora o objetivo final de ter milhares de satélites ainda esteja distante, a constelação atual já é suficiente para dar início à fase comercial do serviço.

A missão da Amazon com este projeto é clara: combater o fosso digital e levar conectividade de alta velocidade a locais remotos ou mal servidos pelas redes terrestres. Inicialmente, o serviço focar-se-á em clientes empresariais, governamentais e outras organizações, utilizando mais de 150 satélites para garantir uma cobertura estável e robusta.

Amazon Leo Ultra: a promessa de velocidades gigabit

O grande destaque da apresentação foi a antena “Amazon Leo Ultra“. Este terminal de matriz de fase full-duplex foi projetado para oferecer velocidades de transferência até 1 Gbps e de carregamento até 400 Mbps. Estes valores superam largamente os cerca de 300 Mbps de download que a Starlink oferece nos seus planos mais avançados, posicionando a Leo Ultra como um dos terminais de cliente mais rápidos da sua categoria.

Existe uma enorme dose de inovação contida neste design final, desde a arquitetura de matriz de fase ao silício personalizado, e isso reflete-se no desempenho. Velocidades de até 1 Gbps de download e 400 Mbps de upload tornam-no no terminal de cliente mais rápido e potente em produção.

Afirmou Panos Panay.

A Amazon sublinhou ainda que a antena foi construída para resistir a condições climatéricas adversas, incluindo temperaturas extremas, chuvas torrenciais e ventos fortes. O equipamento integra um chip proprietário e algoritmos de processamento de sinal avançados, otimizados para reduzir a latência.

Esta característica é crucial para aplicações como videochamadas, jogos online ou monitorização em tempo real, onde um atraso mínimo pode comprometer a experiência.

 

Foco empresarial, mas sem esquecer o consumidor

Em termos de segurança, o Amazon Leo oferecerá cifragem em toda a rede, bem como ferramentas avançadas para gestão remota e comunicações seguras. Uma das grandes vantagens para o setor empresarial será a capacidade de se conectar diretamente à Amazon Web Services (AWS) e a outras redes privadas ou serviços na nuvem. A empresa anunciou que irá lançar uma fase preliminar com parceiros selecionados para testar o hardware e recolher feedback valioso.

Apesar do forte foco inicial no mercado corporativo, o serviço também estará disponível para o consumidor final. O site oficial do Amazon Leo já menciona a existência de “planos pessoais”, desenhados para satisfazer as necessidades de conectividade de uma família inteira.

À semelhança da Starlink, a Amazon planeia disponibilizar antenas portáteis, permitindo que os utilizadores se mantenham conectados em qualquer lugar.

De momento, não foram divulgados detalhes sobre o preço dos planos ou a disponibilidade do Amazon Leo Ultra. É importante recordar que, embora a tecnologia suporte velocidades de 1 Gbps, o desempenho real dependerá de vários fatores, como a localização geográfica do utilizador e a densidade da constelação de satélites na sua área.

 

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