O partido da oposição venezuelana Primeiro Justiça (PJ) exigiu hoje a demissão imediata do Presidente Nicolás Maduro e “o afastamento completo do seu grupo” do poder.
O PJ delineou nove pontos que considera representarem “aquilo que o país exige”, segundo um comunicado divulgado na rede social X.
Entre estes pontos está o estabelecimento de “um Governo de União Nacional amplo, pluralista e liderado pelos cidadãos” que abriria caminho a “uma transição democrática”.
Além disso, o partido exigiu o “reconhecimento pleno” da liderança de María Corina Machado, Edmundo González Urrutia e da Plataforma Democrática Unitária (PUD) – a maior coligação de oposição do país, da qual o PJ faz parte –, bem como “a vontade expressa” nas eleições presidenciais de 28 de julho de 2024.
Nestas eleições, o órgão eleitoral, composto por figuras alinhadas com o chavismo, proclamou a vitória de Maduro, apesar de a maioria da oposição ter reivindicado a vitória de González Urrutia, o seu candidato.
O PJ exigiu ainda a libertação de “todos os presos políticos” e “garantias para o regresso em segurança de todos os exilados”.
A 17 de novembro, a organização não-governamental venezuelana Foro Penal contabilizava 884 presos políticos – 768 homens e 116 mulheres –, incluindo quatro adolescentes e 174 militares.
O PJ propôs também hoje a implementação de um “plano urgente” para “a recuperação da população vulnerável e o investimento social”, a adoção de “medidas extraordinárias para garantir os direitos de propriedade na Venezuela” e a criação de um fundo para “recuperar o rendimento familiar”.
Defendeu ainda o relançamento da indústria petrolífera venezuelana, com a participação do sector privado nacional e internacional, e o “estabelecimento de um calendário eleitoral progressivo”, com monitorização internacional, “que garanta eleições livres e transparentes”.