Dez militares da GNR e um elemento da PSP foram detidos esta terça-feira pela Polícia Judiciária por suspeitas de explorarem e escravizarem comunidades migrantes indostânicos em propriedades agrícolas na região de Beja.


Além do tráfico de seres humanos e do auxílio à imigração ilegal, há indícios de fraude fiscal e branqueamento de capitais para esconder o dinheiro ilícito e não declarado que recebiam.

“Através de empresas de trabalho temporário, criadas para o efeito, aproveitava-se da vulnerabilidade dos mesmos, explorando-os, cobrando alojamentos e alimentação e mantendo-os sob coação através de ameaças, havendo mesmo vários episódios de ofensas à integridade física”, lê-se num comunicado da PJ.

Jornal da Tarde | 25 de novembro de 2025


Para o terreno foram mobilizados 200 inspetores e a operação desenrolou-se na freguesia de Cabeça Gorda, em Beja, onde ficam as propriedades agrícolas onde as vítimas seriam sujeitas a trabalhos forçados, supervisionados e sob coação de militares da GNR.

Contactada pela RTP, a GNR diz que “está a acompanhar a situação” e que a Guarda Nacional Republicana “prima pelo cumprimento da lei e que tudo faz para que os seus militares cumpram a lei, como todos os outros cidadãos”.

De acordo com as informações que a RTP apurou, as detenções foram efetuadas pela própria GNR fora de flagrante delito.

Os dez militares são do comando territorial de Beja e vão ser presentes a tribunal.