O tempo ainda é de incertezas perante o impacto que a próxima temporada da gripe pode ter na saúde pública, mas o Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças alerta para que as autoridades se preparem para “uma temporada de gripe mais severa” na Europa, especialmente se houver baixa adesão à vacinação.

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Há uma nova estirpe de gripe A (H3N2), subtipo K, que está a preocupar as autoridades e que está a chegar “três a quatro semanas mais cedo” do que é habitual à Europa. Na semana passada, o ECDC – Centro Europeu de Prevenção e Controlo de Doenças – apelou para que os países europeus acelerem os processos de vacinação, visto que os casos de gripe estão a aumentar de forma invulgar.
O tempo ainda é de incertezas perante o impacto que a próxima temporada da gripe pode ter na saúde pública, mas o ECDC (na sigla inglesa) alerta para que as autoridades se preparem para “uma temporada de gripe mais severa” na Europa, especialmente se houver baixa adesão à vacinação.
“Estamos a observar um aumento nos casos de gripe muito mais cedo do que o normal este ano e isso significa que o tempo é crucial”, afirma o chefe da secção de Vírus Respiratórios do ECDC, Edoardo Colzani apelando: “Se tem direito à vacinação, por favor, não espere. Vacinar-se agora é uma das maneiras mais eficazes de se proteger e proteger as pessoas ao seu redor de doenças graves neste inverno”.
Quais os sintomas?
Segundo a revista Forbes, os sintomas associados a esta estirpe são semelhantes aos vírus da gripe e incluem febre, tosse, secreção nasal, fadiga, dores musculares e calafrios. Pode acontecer, em casos mais graves, apresentarem febres mais altas, dificuldade em respirar, desidratação e hospitalizações.
“A pressão vai ser muito grande, o inverno vai ser muito duro e nós, além dos planos de inverno e de contingência, temos também a emergência médica com planos reforçados”, afirmou Martins.
Entre dezembro de 2024 e janeiro de 2025, Portugal registou mais de 1.600 óbitos em excesso, afetando sobretudo mulheres e pessoas com mais de 85 anos. O período coincidiu com a epidemia da gripe e as temperaturas extremas.
Como prevenir?
A Direção-Geral da Saúde (DGS) afirma que as próximas duas semanas são a altura ideal para os elegíveis se vacinarem. Apesar de ser uma estirpe que não circulou no ano passado – e, por isso, não está coberta pela vacina -, a DGS reforça que consegue evitar, na mesma, quadros clínicos mais graves.
Também o ECDC insiste que as pessoas com maior risco de desenvolver doença grave se devem vacinar sem demora. Esses grupos incluem pessoas com mais de 65 anos, grávidas, pessoas com doenças preexistentes e crónicas ou imunocomprometidas e pessoas que vivem em ambientes fechados, como instituições de cuidados continuados e lares.
Recomenda igualmente a vacinação aos profissionais de saúde ou trabalhadores de instituições de longa permanência. Aconselha os serviços de saúde e as instituições de longa permanência a fortalecerem os seus planos de preparação e medidas de prevenção e controle de infeções, além de incentivarem funcionários e visitantes a usar máscaras durante períodos de maior circulação de vírus respiratórios.
O ECDC defende igualmente que os profissionais de saúde devem considerar a administração imediata de antivirais a pacientes com maior risco de desenvolver doença grave para reduzir complicações. Os profissionais de saúde devem também considerar o uso de profilaxia antiviral durante surtos em ambientes fechados, como instituições de cuidados continuados ou lares.