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O bispo de Setúbal diz, à Renascença, que se deparou com um cenário digno de um “filme de terror”, com capelas jazigo arrombadas, caixões fora e partidos e cadáveres desmembrados.

Cardeal Américo Aguiar no Cemitério de Alhos Vedros

Cardeal Américo Aguiar no Cemitério de Alhos Vedros

Ricardo Perna/Diocese de Setúbal

O cemitério de Alhos Vedros, no concelho da Moita, foi profanado e alguns corpos desmembrados, denuncia o cardeal Américo Aguiar, bispo de Setúbal.

“Foi com profunda tristeza e sentimentos de emoção, impotência e verdadeira consternação que recebi a notícia da profanação de sepulturas no cemitério de Alhos Vedros”, lê-se numa nota da Diocese de Setúbal assinada pelo cardeal Américo Aguiar.

Foram afetadas, pelo menos, quatro capelas jazigo, adianta o pároco ao Observador. Em declarações à Renascença, diz que se deparou com um cenário digno de um “filme de terror”.

“Capelas jazigo arrombadas, caixões fora e partidos, cadáveres desmembrados, nunca tal, nem em filmes de terror vi, alguma vez, ou pensei alguma vez na vida ver este cenário que me provocou uma profunda consternação em relação àqueles irmãos falecidos que ali estavam, em relação às suas famílias, em relação à comunidade. É qualquer coisa para a qual nenhum de nós está preparado, para ser colocado perante um cenário dantesco como este”, relata à Renascença.

Na nota da Diocese de Setúbal, assinalada que os atos de vandalismo atingem a “dignidade intrínseca da pessoa humana” e ferem “a memória dos que já partiram”.

O bispo de Setúbal, que desconhece as motivações do ataque, diz estar solidário com as autoridades, as paróquias e com “todos os que se sentem atingidos”.

“De modo particular, dirijo uma palavra de proximidade, respeito e compaixão às famílias que, inesperadamente, se veem confrontadas com esta dor profunda”, acrescenta.

Américo Aguiar foi alertado sobre a situação pelo pároco de Alhos Vedros, que também comunicou o caso à Câmara Municipal da Moita. Após a profanação das sepulturas, esteve a rezar no local.