O projeto PneumoFAM – Dinâmicas de Transmissão Intergeracional de Streptococcus pneumoniae em Contexto Familiar pretende compreender como bactérias como o pneumococo – responsável por infeções respiratórias – se transmitem entre familiares. 

Esta bactéria coloniza o trato respiratório superior e pode permanecer silenciosa durante longos períodos. Por vezes, causa infeções como otites, pneumonias ou meningites, sobretudo em crianças pequenas, idosos e pessoas com o sistema imunitário comprometido.

Embora se saiba que as crianças com menos de cinco anos são frequentemente portadoras de pneumococos e contribuem para a sua disseminação, o papel dos adultos na transmissão ainda é pouco conhecido.

Assim, os investigadores do ITQB NOVA – Instituto de Tecnologia Química e Biológica António Xavier procuram famílias disponíveis para participar neste estudo.

Em cada família, é necessário um mínimo de três participantes: uma criança entre os 2 e os 5 anos, um encarregado de educação e um familiar com mais de 60 anos.

Para participar, basta recolher amostras de saliva quinzenalmente, entre outubro de 2025 e março de 2026. A recolha será feita de forma simples e segura, em casa, pelo próprio participante ou com a ajuda de um adulto, no caso das crianças.

Susana Morais, investigadora no Laboratório de Microbiologia Molecular de Patógeneos Humanos do ITQB NOVA, explica que “Ao acompanhar várias gerações dentro da mesma família, queremos identificar quem transmite a quem o pneumococo, e de que forma alguns vírus respiratórios influenciam este processo”. Já Raquel Sá-Leão, líder deste laboratório e coordenadora do projeto salienta que “os resultados deste estudo serão importantes para melhorar as estratégias de prevenção da doença pneumocócica e contribuir para a identificação de medidas de saúde pública com vista à prevenção destas infeções na comunidade”.

PneumoFAM é um novo projeto de ciência cidadã, dinamizado por investigadores do ITQB NOVA, que visa estudar a transmissão de infeções respiratórias no seio familiar, entre crianças, pais e avós. A colaboração das famílias é simples e essencial, e todas as pessoas residentes em Oeiras ou em zonas próximas estão convidadas a participar.