No acordo de 28 pontos havia também uma menção de que a Ucrânia nunca poderia juntar-se à NATO, sendo que a aliança transatlântica teria de se comprometer a isso, assim como os líderes ucranianos. Ora, Andriy Yermak veio revelar que essa exigência terá caído, ainda que tenha ressalvado que a “realidade” é que a Ucrânia “não pertence à NATO”.

Para os dirigentes ucranianos, o tema sensível das questões territoriais terá de ser discutido cara a cara entre Donald Trump e Volodymyr Zelensky. O acordo de 19 pontos será menos categórico do que o anterior (que estipulava a cedência da Crimeia e do Donbass, assim como o reconhecimento norte-americano dessas regiões como integrantes da Federação Russa), mas não é bem claro o que o atual estabelece para os territórios que foram conquistados pela Rússia desde 2014.

Por agora, os norte-americanos estão “otimistas”. Donald Trump declarou esta terça-feira que os Estados Unidos “estão muito próximos” de um acordo. “Penso que estamos a fazer progressos”, prosseguiu. Momentos antes, a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, salientou os “progressos tremendos” das negociações de paz, sinalizando, ainda assim, que ainda há detalhes “delicados, mas não intransponíveis” por tratar.

Os Estados Unidos terão ficado satisfeitos com o facto de Kiev ter concordado com o acordo de 19 pontos, se bem que os dirigentes ucranianos tenham realçado que ainda há trabalho pela frente para limar os “detalhes” que ainda estão pendentes. Ao que tudo indica, o ultimato do Dia de Ação Graças terá caído por terra, já que a Ucrânia se mostrou comprometida com o processo negocial.

Em Abu Dhabi, o clima também é positivo. Jeff Tolbert, porta-voz de Daniel Driscoll, adiantou que as negociações “estão a correr bem” entre as delegações norte-americanas e russas. Os Estados Unidos “mantêm-se otimistas” sobre o futuro do acordo de paz, acrescentou. A Ucrânia estará a ser informado de todos os passos.

De qualquer forma, a guerra não deverá terminar nos próximos dias. Na Truth Social, Donald Trump confirmou que o plano de 28 pontos foi “ajustado” com a colaboração russa e ucraniana. “Há apenas alguns pontos de discórdia”, sinalizou o Presidente norte-americano. Para os resolver, o chefe de Estado decidiu que o enviado especial para as Missões de Paz, Steve Witkoff, se deslocará a Moscovo para conversar com Vladimir Putin, enquanto Daniel Driscoll se vai encontrar com os ucranianos.