Bino Maçães, selecionador da equipa de Sub-18 que disputará a final do Mundial Sub-17, não escondeu ambição antes do embate decisivo com a Áustria, agendado para esta quinta-feira, às 16 horas.

«Primeiro, quero dizer que estamos muito felizes por estarmos nesta final. É verdade que nos deu muito trabalho, mas é fruto de tudo aquilo que a equipa fez neste trajeto, sendo que agora vamos defrontar uma excelente equipa que, por mérito próprio, também está numa final. Uma equipa como a Áustria que deixou pelo caminho seleções como Inglaterra, Japão e Itália, terá de ser forçosamente uma muito boa equipa, que nos criará bastantes problemas», analisou o treinador.

O caminho trilhado pelo conjunto das Quinas até agora é impressionante, mas nada melhor do que fechar com chave de ouro. «Queremos mais, quando se chega a uma final o único pensamento que uma equipa pode ter é o de querer vencer, sabendo das dificuldades que um jogo destes acarreta, com um adversário muito difícil, muito bem organizado, muito bem treinado e que nos criará muitas dificuldades. Espero um grande jogo de futebol e esperamos ser felizes no final», disse, antes de qualificar o adversário como «uma excelente equipa, muito completa no seu processo de jogo», que obrigará os portugueses a estarem «focados desde o primeiro minuto até ao último».

«Esperemos levar a bom porto este Mundial, porque pode ser uma caminhada histórica para a nossa Seleção, ser campeã da Europa e ser campeã do mundo, era algo muito bonito para esta geração, acho que merecido pelo trajeto que eles fizeram», considerou.

O cansaço também foi tema. «Quando já disputas muitos jogos — e com a final serão cinco jogos em 15 dias, o que é muito, ainda por cima tendo só 18 jogadores de campo e três guarda-redes —, estamos todos muito cansados, o que é normal, sendo fruto de um grande esforço, porque quando se disputa um Campeonato do Mundo apanhas grandes equipas, não é possível facilitar em jogo algum, não havendo tempo para descansar ou treinar. É recuperar, apelando muito à inteligência dos nossos jogadores, pois muitas vezes terá de ser através de vídeo que temos de mostrar aquilo que poderá surgir durante o jogo», observou.

«É difícil, mas estamos muito contentes, acho ainda que a superação vem da confiança que fomos adquirindo e da vontade de sermos campeões. Isso tudo é mais forte do que esse cansaço que possa estar a ser acumulado pelas duas equipas, acreditando que, das duas partes, gostaríamos de ter mais um dia de descanso, para termos uma final com outra qualidade, porque no decorrer do tempo haverá um desgaste acumulado, mas queremos representar bem Portugal, fazer uma grande final, para podermos levar o troféu para casa», sublinhou.

Para Bino Maçães, o foco está no coletivo: «Estamos aqui por mérito próprio e porque fomos as melhores equipas até este momento. Em relação aos melhores marcadores não é algo que eu valorize muito e, portanto, é estarmos confiantes, independentemente de quem jogue ou marque. É isso que queremos, que nesta final sejamos iguais a nós próprios, que possamos fazer um grande jogo, porque estas oportunidades só surgem uma vez na vida e há que aproveitá-las.»

O selecionador destacou ainda o apoio recebido — «A comunidade portuguesa presente aqui no Catar tem sido muito importante, para que os nossos jogadores se sintam apoiados, se sintam valorizados naquilo que estão a fazer e a representar. Os portugueses são muito efusivos, isso é muito importante e tem-nos ajudado. Têm sido os nossos aliados, o 12.º jogador da equipa, porque este apoio traz-nos energias positivas e isso é fundamental quando já existe algum desgaste» — e espera retribuir: «Os que estão a vir agora esperemos que sejam felizes, porque depois de fazerem uma grande caminhada até aqui queríamos muito dar esse título aos nossos portugueses, mas há uma grande batalha por disputar e esperamos ser nós os vencedores.»