Umaro Sissoco Embalô foi detido esta quarta-feira na sequência de um alegado golpe de Estado, três dias depois das eleições gerais cujos resultados oficiais ainda não foram divulgados. Foi o próprio Presidente da Guiné-Bissau que o anunciou à Jeune Afrique que noticia ainda que se ouviram tiros perto do palácio presidencial e da comissão eleitoral. No entanto, o Chefe de Estado revelou à revista a sua detenção perto das 12 horas, sem violência.

Sissoco Embalô adiantou ainda que o suposto golpe de Estado foi liderado pelo chefe do Estado-Maior do Exército mas fonte ligada à oposição política afirma ao Observador que os tiros terão sido “a fingir” e que tudo não passará de uma manobra do Presidente para suspender a contagem dos votos. Tanto o atual Presidente como o seu adversário Fernando Dias da Costa têm reclamado a vitória nas eleições presidenciais e legislativas que decorreram no domingo. O anúncio dos resultados oficiais está agendado para quinta-feira.

Entretanto os militares anunciaram “o controlo total do país”, a “suspensão do processo eleitoral” e o encerramento das fronteiras, noticia a AFP. A agência de notícia acrescenta que os tiros deixaram de se ouvir ao início da tarde e que o exército estabeleceu um perímetro de segurança com tropas de elite à volta do Palácio.

Fernando Dias já se demarcou do alegado golpe de Estado. Num vídeo publicado pelo portal de notícias Bissau On-line, no Facebook, ouve-se o político a apelar aos “militares para se manterem distantes” e pediu à população para “manter a calma”. Reiterou ainda que venceu as eleições presidenciais, avisando que “quem tentar criar problemas” sofrerá “consequências”.