O radialista, humorista e apresentador surgiu em direto, ao telefone, no horário da habitual rubrica da Rádio Comercial. Descansou os ouvintes, garantiu que está melhor e contou pormenores íntimos do momento em que teve o AVC
Nuno Markl, que sofreu um AVC, participou, esta quarta-feira, numa edição especial de O Homem que Mordeu o Cão, da Rádio Comercial. Em direto, ao telefone, a partir da cama do Hospital Egas Moniz, onde está internado, começou por avisar que está “muito emocional” e que chora “por tudo e por nada” e descansou os ouvintes.
“Estou bastante melhor. Estou a reaprender a fazer uma série de coisas, nomeadamente a andar. Mas estou focado! As enfermeiras ficam assustadas, porque eu desato a correr a uma velocidade que elas não conseguem acompanhar. Estou a sentir minha mão de volta e a controlar a minha mão de volta e o meu braço. O lado esquerdo do meu corpo meteu férias”, revelou.
Numa alusão a um vídeo divulgado pelo antigo apresentador de televisão Gustavo Santos, Nuno Markl fez questão de sublinhar: “A razão por que estou aqui hoje a falar convosco é porque existe medicina, é porque existem médicos e porque existe ciência. Pelo amor de Deus, não liguem a imbecis e não lhes deem palco.”
Markl agradeceu, mais uma vez, ao filho Pedro, de 15 anos, e ao sangue-frio que o adolescente teve no socorro ao pai. E acabou, de forma bem-humorada, a contar pormenores íntimos do que lhe aconteceu.
“Estava a fazer cocó. Percebi que não conseguia levantar-me da sanita e não conseguia mexer-me. Acabei por, penosamente, com as calças meio para cima e meio para baixo, arrastar-me para o chão da casa de banho. Aí, achei que tinha de chamar o meu filho. Não o queria assustar. Parecia um bêbado a falar. Ele chegou e viu-me naqueles preparos e manteve sangue-frio em toda aquela situação. Liga para o 112 e dou por ele, que orgulho, a descrever muito calmamente o que me estava a acontecer e preocupado comigo e com a minha cabeça, que estava muito para baixo e se eu precisava de uma almofada”, revelou.
Depois de repetidos agradecimentos aos bombeiros, aos médicos, enfermeiros e auxiliares dos hospitais por onde já passou, Markl disse que o episódio o fez perceber, na altura, que tinha de “deixar cair algumas coisas, nomeadamente a dignidade”. “Já não sei quantas pessoas me viram nu, desde que aconteceu isto”, contou.
Com a voz sempre embargada, mas sempre de bom humor, Nuno Markl agradeceu ainda as “inúmeras mensagens” que tem recebido e a “onda de amizade e de amor” que se tem gerado à sua volta.
Antes de se despedir e dizer que estava “mortinho por regressar” às Manhãs da Comercial, Markl ainda teve oportunidade de contar uma saída bem-humorada do bombeiro que o socorreu, quando estava a sair de casa para a ambulância: “Só via vizinhos a aparecer e a tentar perceber o que estava a acontecer e o bombeiro disse ‘calma, calma, é só uma dor de dentes!’”.