O Autopilot da Tesla volta a estar no centro de problemas. A marca terá de pagar uma multa de 249 milhões de dólares depois de um júri da Florida a ter considerado parcialmente responsável por um acidente fatal. Este acidente deixou uma mulher de 22 anos morta e o seu namorado gravemente ferido.
A Tesla considerada culpada de acidente
Esta decisão representa um grave revés para a marca de Elon Musk. Abre um precedente perigoso para futuros processos judiciais que envolvam acidentes com os Tesla. Segundo as estatísticas de mortes da Tesla, 58 pessoas faleceram em acidentes com o piloto automático acionado, embora em alguns deles o veículo Tesla não tenha tido culpa.
Em 2019, George McGee conduzia um Tesla Model S em piloto automático enquanto verificava o telemóvel. Deixou-o cair e baixou-se para o apanhar. Segundo revelo, pensou que o piloto automático travaria em caso de problemas. Isso não aconteceu e acelerou num cruzamento a 100 km/h e embateu num carro estacionado cujos ocupantes estavam a sair.
Naibel Benavides, uma mulher de 22 anos, foi projetada a 22 metros de distância e faleceu com o impacto. O seu namorado, Dillon Angulo, sobreviveu, mas com múltiplas fraturas, traumatismo craniano e sequelas psicológicas.
Piloto automático é parcialmente culpado
Os advogados dos queixosos adiantam que “a Tesla concebeu o Autopilot apenas para autoestradas de acesso controlado, mas optou deliberadamente por não restringir os condutores de o utilizarem noutros locais, enquanto Elon Musk disse ao mundo que o Autopilot conduzia melhor do que os humanos”.
Foram mais longe e disseram ainda que “as mentiras da Tesla transformaram as nossas estradas em pistas de teste para a sua tecnologia fundamentalmente falhada, colocando em perigo americanos comuns como Naibel Benavides e Dillon Angulo”.
A Tesla afirma em comunicado que não tem culpa e coloca a responsabilidade no condutor. Defende-se que “o veredicto de hoje é falho e serve apenas para prejudicar a segurança automóvel e comprometer os esforços da Tesla e de toda a indústria para desenvolver e implementar tecnologias que salvam vidas. Pretendemos recorrer da decisão, dados os erros substanciais na lei e as irregularidades no julgamento”.
Empresa defende-se com teoria de ataque à marca
As provas têm demonstrado consistentemente que este condutor foi o único culpado, pois estava a alta velocidade. Tinha o pé no acelerador, o que anulou o piloto automático, enquanto procurava o telemóvel caído sem olhar para a estrada. Para ser claro, nenhum carro em 2019, e nenhum hoje, teria evitado este acidente.
A marca continua: “isto nunca teve nada a ver com o Piloto Automático. Foi uma ficção inventada pelos advogados dos autores, culpando o carro quando o condutor, desde o primeiro dia, admitiu e aceitou a responsabilidade”.
A realidade é que o condutor pensava que o piloto automático estava a funcionar de determinada forma, quando não estava. A Tesla está a fornecer informações suficientes, explicando exatamente o que o piloto automático faz e o que não faz. A decisão estabelece um precedente sério para futuros julgamentos envolvendo acidentes do piloto automático.