Escolher a tonalidade da madeira de um móvel ou até mesmo do piso, das paredes ou do forro do teto não é só uma decisão estética: é uma escolha capaz de transformar a atmosfera de qualquer ambiente.
Do frescor das madeiras claras ao aconchego dos tons mais escuros, cada nuance desperta sensações diferentes e interfere diretamente na forma como percebemos luz, profundidade e caráter do espaço.

Projeto de ResiliArt Arquitetura. (Kelly Queiroz/Divulgação)
Em um momento em que o morar contemporâneo valoriza a autenticidade, entender essas variações proporcionadas naturalmente pelos materiais se torna fundamental para compor interiores mais equilibrados e expressivos.

Projeto de Dois Arquitetura. (Denilson Machado, MCA Estúdio/Divulgação)
“O tom da madeira tem grande impacto na atmosfera de um ambiente. Madeiras claras tendem a trazer leveza e uma sensação de frescor contemporâneo. Já os tons mais escuros proporcionam elegância e uma linguagem mais clássica, ainda que também sejam muito presentes no modernismo brasileiro. A mistura equilibrada de tonalidades, no entanto, costuma resultar em espaços mais naturais e atemporais, com maior riqueza sensorial”, explica o designer de mobiliário Felipe Zorzeto.
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O impacto da cor

Buffet PALAFITA em Freijó Mel (esq.) e Natural (dir.) Design por Felipe Zorzeto Projeto: Marcella Schiavoni (esq.) (Isadora Costa/Divulgação)
Em ambientes pequenos ou com iluminação natural limitada, as madeiras claras costumam refletir mais luz, criando uma sensação de amplitude e suavidade. Já os tons escuros absorvem mais luminosidade, resultando em atmosferas acolhedoras e sofisticadas.
No entanto essa divisão (clara = leve; escura = elegante) não é a única nem a definitiva. A tendência atual no design é justamente explorar contrastes, sobreposições e diálogos entre materiais.
“Madeiras claras funcionam bem em ambientes descontraídos, leves e com estética mais contemporânea. Tons escuros, por sua vez, reforçam projetos mais formais, elegantes e com maior presença. Ainda assim, não considero isso uma regra absoluta, muitas vezes o contraste ou a inversão dessas expectativas gera resultados muito interessantes”, analisa Zorzeto.
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No estúdio de Zorzeto, por exemplo, as variações da madeira freijó (natural, mel, café e ebanizado) permitem criar diferentes leituras de uma mesma peça. Essa versatilidade é especialmente valiosa para quem busca móveis personalizáveis e capazes de se adaptar a diversos estilos de interiores. (Isadora Costa/Divulgação)
Isso porque a madeira, mais do que um acabamento, é um elemento vivo no projeto. Ela dialoga com o projeto arquitetônico, com a luz e até com a personalidade do morador — e é esse diálogo que define qual é a melhor escolha para cada contexto.
Como escolher o tom ideal

Escrivaninha MIA em Freijó Natural (esq.) e Escrivaninha Ella Natural (dir.)
Design por Felipe Zorzeto. Projeto Marcella Schiavoni (esq.) (Isadora Costa/Divulgação)
Ao contrário do que muitos imaginam, a escolha da madeira no design autoral não é determinada apenas pela estética final desejada. Hoje, processos criativos consideram temas como disponibilidade de materiais, possibilidades de personalização e a relação emocional do usuário com o mobiliário.
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Esse olhar flexível e abrangente permite que cada peça dialogue com diferentes propostas de interior, compondo ambientes que vão do jovem e descontraído ao sofisticado e contemplativo.

– (Isadora Costa/Divulgação)
“Para criar, não parto de uma única tonalidade como premissa. Gosto de desenvolver peças que permitam personalização, valorizando tanto a disponibilidade dos materiais quanto o desejo de quem específica ou adquire o móvel. Recentemente, passei a usar a madeira sucupira em detalhes específicos, combinada com o freijó, que pode ser produzido dentro de suas quatro em quatro tonalidades diferentes, criando contrastes ricos e expressivos usando nuances de madeira diferentes”, exemplifica Zorzeto.
O diálogo entre diferentes materiais

Módulos do Buffet TIÃO mesclam a estrutura robusta em sucupira com a leveza das lâminas de freijó. Design por Felipe Zorzeto Projeto: Marcella Schiavoni. (Isadora Costa/Divulgação)
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A escolha entre madeira clara ou escura muda também quando o móvel combina diferentes materiais. A presença de tecidos, pedras ou metais altera completamente a leitura da peça e pode direcionar o projeto para uma estética mais suave, mais marcante ou mais contrastada. Segundo Zorzeto, não há uma regra única.

– (Isadora Costa/Divulgação)
“Não existe um padrão rígido. Cada material conversa de um modo particular com a madeira, e cada projeto pede uma solução própria. O importante é buscar harmonia e intenção — seja por contraste, continuidade ou textura”.
Nesse sentido, tecidos naturais, como linho, algodão e bouclê, tendem a suavizar madeiras escuras, enquanto pedras robustas ou metais escuros dão força e profundidade às madeiras claras. A chave, segundo o designer, é sempre a intenção.
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