A semana começou bem para as equipas belgas, com um triunfo importante do Union Saint-Gilloise frente ao Galatasaray na Turquia, teve depois um ponto baixo com a derrota por 3-0 do Club Brugge em Alvalade com o Sporting que deixou as duas formações fora das posições de playoff da Liga dos Campeões, vai agora seguir com o Genk na Liga Europa a tentar dar continuidade à vitória conseguida em Braga. No entanto, numa fase importante para o futebol do país tendo em conta o crescendo no ranking da UEFA que colocou Portugal a olhar para mais adversários além dos Países Baixos, há uma “bomba” que ameaça colocar tudo em risco.

O “primeiro passo importante” antes do “final feliz” em 2028: Liga entregou proposta da centralização (que foi “aprovada por unanimidade”)

Sem que nada o fizesse prever, ao contrário do que aconteceu em França em que a Ligue 1 estava sob ameaça a nível dos direitos televisivos há algum tempo, o contrato com a DAZN terminou “com efeitos imediatos e ao abrigo da lei belga” o contrato que tinha com a Pro League para transmitir os jogos do principal escalão. Razão? Falta de soluções para os problemas com que se foi deparando nos últimos meses.

“O concurso da Liga exigia que a DAZN, enquanto detentora exclusiva dos direitos, celebrasse acordos de distribuição comercialmente viáveis. Apesar das negociações com a Pro League para encontrar uma solução, tal revelou-se impossível, deixando a DAZN sem alternativa senão reconhecer a extinção do contrato com a Pro League”, explicou em comunicado a plataforma, que na altura do concurso púbico ganho tinha avançado com o valor de 84,2 milhões de euros pelos direitos de transmissão, abaixo dos 103 milhões de 2020.

O que aconteceu então? Depois da compra dos direitos pela DAZN, a plataforma foi tentando assegurar a passagem dos encontros em pelos menos duas operadoras. Foi aqui que entroncou o problema: como noticia a imprensa belga, a Telenet, a Orange e a Proximus não chegaram a um acordo apesar de a certa altura ser um dado quase adquirido e tudo acabou por ruir. “Nenhuma empresa deve ser forçada a operar com prejuízo. Não é um negócio sustentável”, justificou o diretor de operações da DAZN belga, Massimo D’Amario, sem fechar a porta para que pudessem ser encontradas soluções em conjunto com a própria Pro League para mitigar o impacto da decisão pelo menos até ao final da presente temporada desportiva de 2025/26.

Governo aprova centralização de direitos televisivos do futebol a partir de 2028/29

“Lamentamos ter chegado a uma situação em que, apesar das várias tentativas para resolver o problema, a DAZN não tem alternativa senão reconhecer a extinção do contrato ao abrigo da lei belga. Nenhuma empresa deve ser obrigada a operar com prejuízo. Isso simplesmente não é sustentável. Nos últimos cinco anos, a nossa operação na Bélgica esteve ao lado da Pro League, dos seus clubes e dos seus adeptos – prova do nosso compromisso de longo prazo com o futebol belga. A nossa equipa na Bélgica continua a servir os adeptos com profissionalismo e respeito. Mantemos o nosso compromisso com o futebol belga – com a sua paixão, as suas pessoas e a justiça que merece”, acrescentou o mesmo responsável da plataforma.

A reação foi quase imediata e, já depois de um comunicado da Pro League a anunciar que iria avançar para o Tribunal Arbitral de Bruxelas para que o atual vínculo fosse cumprido, foi o ministro belga da Proteção dos Consumidores, Rob Beenders, a deixar a ameaça de abrir uma investigação à DAZN caso não exista qualquer desenvolvimento nas próximas horas a esse propósito. Para já, a grande prioridade passa por garantir que os encontros da próxima jornada, prevista para este fim de semana, sejam transmitidos pelo menos no país, até porque, caso não aconteça, o VAR só poderá atuar em lances de possível fora de jogo em golos.

Liga de futebol discute centralização em reunião com Autoridade da Concorrência

Em Portugal, a centralização dos direitos televisivos está prevista para a temporada de 2028/29 apesar de haver ainda mais dúvidas do que certezas em torno de todo o processo. Esta semana, a Liga de Portugal teve uma reunião com a Autoridade da Concorrência depois de apresentar uma proposta de regulamento de comercialização. “Está dado mais um passo. Foi uma reunião positiva e enquadrada no processo de análise da Autoridade da Concorrência, que tem tido uma postura muito profissional e eficiente ao longo deste processo. Foram-nos sugeridos alguns ajustes, que a Liga vai dar por concluídos no decorrer do próximo mês”, comentou o presidente da Liga, Reinaldo Teixeira. De recordar que a próxima Cimeira de Presidentes, na próxima semana, deverá contar com a apresentação da chave de repartição de receitas pelos 33 clubes da Primeira e Segunda Liga (excluindo as equipas B de Sporting, Benfica e FC Porto).