Na RTP3, questionado sobre os meios disponíveis, José Manuel Moura explicou que esta é “uma velha questão” e sustentou que não há falta de meios mas que muitas vezes não estão visíveis e que a resposta em todo o território de Portugal está a acontecer.

Não estamos numa situação limite porque o dispositivo ao longo do dia de hoje, por exemplo, tivemos 94 incêndios e felizmente só este [incêndio de Vila Real] é que constitui notícia. Portanto, os 93 por cento que temos tido de eficácia no ataque inicial está aí demonstrado”, explicou José Manuel Moura.

O presidente da ANEPC afirmou também que todas as vertentes controláveis estão a ser controladas. Sobre o Parque Peneda-Gerês, que teve um incêndio a lavrar durante uma semana, José Manuel Moura acredita que nada falhou mas que acredita numa avaliação posterior ao que aconteceu.

“Se lhe disser que tivemos bombeiros a fazer rapel e descer determinados precipícios para conseguir fazer frente a algumas frentes de fogo e poder dominar alguns focos que subsistiam em manter-se ativos… foi um trabalho hercúleo”.

Sobre o mecanismo europeu, José Manuel Moura acredita que muita gente não percebe como funciona, mas que quando o país é assolado por catástrofes pedem ajuda a Bruxelas e existem outros países que dão ajuda.

Dados os exemplos de Espanha e Itália, que passam por momentos conturbados também por culpa dos incêndios, o presidente da Proteção Civil acredita que não há justificação para ativar o mecanismo e que o dispositivo português tem conseguido dar resposta e não está esgotado.

“Nesta situação de alerta, no dia de hoje, está a conseguir chegar aos seus objetivos. Desde logo, a redução do número de ignições. Tentamos esmagar este número porque com menos ignições há mais dispositivo que sobrará para poder fazer face a mais ocorrências”.

Sobre o incêndio que lavra em Vila Real e que chegou a Mondim de Basto, José Manuel Moura admite que se trata de uma situação limite e que só os operacionais no terreno podem avaliar a situação: “Um teatro de operações desta grandeza tem potencial para que coisas corram menos bem e isso é uma constatação”.

Questionado sobre os próximos dias, especialmente devido às altas temperaturas, José Manuel Moura garantiu um dispositivo preparado e pré-posicionado por todo o território nacional, para [os meios] estarem mais perto de possíveis problemas.

O presidente da ANEPC falou também das ignições noturnas que estão a ocorrer durante a noite e acredita que podem ter mão criminosa e explicou que há grande preocupação para os próximos dias pela “condições severas” que se vão viver.

A finalizar, José Manuel Moura foi questionado pelo número de operacionais e revelou um número superior a 18 mil pessoas, 80 por cento que fazem parte de corpos de bombeiros.