Quem acompanhou as oito temporadas do sucesso da série Guerra dos Tronos reconhecerá o conceito que a Dinamarca quer agora implementar: uma “patrulha da noite” que vai acompanhar os movimentos dos Estados Unidos das 17h às 7h, hora local. Não por temer a invasão de uma espécie de zombies gelados, como na série, mas antes uma ofensiva norte-americana em relação à Gronelândia.
A comparação com a série é feita pelo The Guardian, que esclarece que neste caso a guarda não será feita a partir de uma muralha no norte do país, mas antes pelos serviços do ministério dos Negócios Estrangeiros dinamarquês, que produzirá um relatório diário para o governo do país sobre os desenvolvimentos relativos aos EUA.
A “patrulha” é criada depois de meses em que Donald Trump tem referido a possibilidade de anexar a Gronelândia, ilha dinamarquesa, para reforçar a “segurança nacional e internacional”. Este ano, o New York Times noticiou que Trump estará mesmo a ponderar dar dez mil dólares (oito mil euros) por ano a cada habitante da ilha para os mobilizar para a sua causa.
Ao The Guardian, fonte próxima do ministério admite que “é justo dizer que a situação na Gronelândia e a diferença horária entre a Dinamarca e os Estados Unidos foram fatores importantes” para a criação desta patrulha, num “esforço coletivo” para manter os olhos postos na administração norte-americana.
A Gronelândia foi uma colónia dinamarquesa até 1953, altura em que foi redefinida como distrito da Dinamarca, e tem cerca de 56 mil habitantes que vivem nos 20% do território que não estão cobertos por gelo ou neve.