Os funcionários do Parlamento estão a pedir proteção contra o partido Chega, por atitudes “sistemáticas” que procuram “assediar e humilhar”. Esta é uma situação inédita em 50 anos na Assembleia da República.
O Sindicato dos Trabalhadores em Funções Públicas e Sociais do Sul e Regiões Autónomas apresentou uma queixa à secretária-geral da Assembleia da República.
Em declarações à TSF, a sindicalista Catarina Simão conta que os deputados do partido liderado por André Ventura têm acusado os funcionários do Parlamento de “ocultarem os apartes que são destinados ao Chega” nos relatórios.
“Quando há uma intervenção, os parlamentares fazem apartes e os funcionários parlamentares têm que os redigir na transcrição das audições e são acusados de ocultarem esses apartes”, explica, acrescentando que esta é uma “acusação grave”.
Catarina Simão vinca que este tipo de comportamentos são “sistemáticos” e têm como objetivo “menosprezar e minorar a função do funcionário parlamentar”.
Esta é uma situação que tem provocado “desconforto e imensa ansiedade” nestes trabalhadores, que se têm sentido “assediados e humilhados”.
“Os trabalhadores nunca estiveram confrontados com este tipo de tratamento ou atitudes. Está posta em causa a sua idoneidade enquanto trabalhadores, porque isto são acusações muito graves”, reforça.
E revela ainda que, a 6 de março de 2026 o sindicato celebra 50 anos de existência e não tem, até agora, registo de uma situação semelhante.
A TSF já contactou o gabinete da Secretária-Geral do Parlamento e ainda aguarda resposta, já o gabinete de José Pedro Aguiar-Branco confirma que tem conhecimento da queixa apresentada e garante que o processo está a ser tratado pela Secretaria-Geral.