
433 Eros
433 Eros foi o primeiro asteroide a ser classificado como “próximo da Terra” e o primeiro a ser estudado a partir da sua própria órbita. Deverá brilhar com intensidade suficiente para ser observado ao longo de várias semanas com telescópio ou em direto, online.
O asteroide 433 Eros, o primeiro asteroide próximo da Terra alguma vez descoberto, vai proporcionar um encontro especial com o nosso planeta este fim de semana.
No domingo, 30 de novembro de 2025, o corpo rochoso fará uma passagem relativamente próxima, a cerca de 60 milhões de quilómetros da Terra — aproximadamente 0,4 unidades astronómicas, ou seja, 40 % da distância média entre a Terra e o Sol.
Trata-se de uma distância totalmente segura, mas suficientemente curta para permitir boas observações.
Durante esta aproximação, Eros irá passar a apenas alguns graus do núcleo brilhante da galáxia de Andrómeda, a nossa vizinha mais próxima no cosmos. Graças às suas dimensões consideráveis – cerca de 34 × 11 × 11 quilómetros – o asteroide deverá brilhar com intensidade suficiente para ser observado ao longo de várias semanas com telescópios amadores de abertura modesta, em torno dos 60 milímetros.
Para quem não tiver acesso a equipamento de observação ou a céus escuros, o fenómeno poderá ser acompanhado online. O Virtual Telescope Project, em colaboração com a Asteroid Foundation, vai transmitir a passagem de Eros em direto este domingo, a partir das 20h00 (hora de Lisboa) através deste link.
Descoberto em 1898, Eros foi o primeiro asteroide classificado como “próximo da Terra”, lembra o IFL Science. A descoberta é tradicionalmente atribuída ao astrónomo alemão Gustav Witt e ao seu assistente Felix Linke, no Observatório Urania, em Berlim, embora o objeto tenha sido identificado, de forma independente, por Auguste Charlois no Observatório de Nice, em França.
A relação da humanidade com este asteroide intensificou-se no final do século XX. Em 1998, a sonda NEAR (Near Earth Asteroid Rendezvous) Shoemaker foi enviada para estudar Eros, aproximando-se até cerca de 3 800 quilómetros. Os instrumentos a bordo permitiram caracterizar o tamanho, a forma, a rotação e outras propriedades físicas do asteroide.
A 14 de fevereiro de 2000, data simbólica para um corpo celeste com o nome do deus grego do amor, Eros tornou-se o primeiro asteroide a ser estudado a partir da sua própria órbita, quando a sonda entrou sob a sua influência gravitacional. Em 2001, a missão realizou ainda a primeira aterragem controlada num asteroide. Contra as expectativas iniciais, a NEAR Shoemaker continuou operacional após a descida e conseguiu executar a primeira experiência de raios gama a partir da superfície de um corpo que não a Terra, demonstrando a viabilidade de instalar instrumentos científicos diretamente em asteroides.