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O dono do bar justifica a decisão com a preocupação com a segurança dos clientes. No entanto, há quem considere que a medida estigmatiza os clientes sozinhos e torna a cultura noturna menos acolhedora.

Um bar em Altrincham, Inglaterra, gerou um aceso debate online após ter introduzido uma política invulgar: os clientes sozinhos não são permitidos depois das 21h.

O Alibi, um bar de cocktails e discoteca, publicou a regra no início deste mês, afirmando: “Entrada proibida a pessoas sozinhas. Depois das 21h00, o Alibi não permite a entrada de pessoas sozinhas”. A decisão, tomada pelo proprietário Carl Peters, provocou reações polarizadas sobre a segurança na vida noturna, os direitos dos clientes e se beber sozinho deve ser automaticamente considerado suspeito ou uma ameaça ao bem-estar no bar.

Peters defendeu a regra num vídeo amplamente partilhado no Instagram, dizendo que a política visa a gestão de riscos, e não a discriminação. “É o nosso trabalho manter a licença, garantir a segurança de todos e mitigar os riscos sempre que possível”, explicou.

O proprietário do bar revela à BBC que um cliente sozinho num ambiente cheio representa um desafio para o pessoal, especialmente durante emergências médicas. “É um verdadeiro pesadelo para nós lidar com isto”, disse, descrevendo situações em que os clientes sozinhos desmaiam ou precisam de cuidados no meio da multidão.

Carl Peters afirmou ainda que algumas pessoas que chegam sozinhas são imprevisíveis, entrando por vezes já embriagadas e procurando grupos para fazer companhia. Na sua experiência, estas interações podem tornar-se indesejáveis. “Às vezes, se se permite a entrada de pessoas sozinhas, a razão de estarem sozinhas é que não têm com quem falar, pelo que começam a incomodar outros grupos”, disse.

As reações online foram rápidas e divididas. Os defensores argumentaram que a política prioriza a segurança, principalmente para os jovens que frequentam ambientes noturnos. “Como mãe de duas filhas jovens adultas, apoio a vossa política. Segurança em grupo“, escreveu uma comentadora. Outra acrescentou que os proprietários dos estabelecimentos têm o direito de impor regras que considerem proteger os seus funcionários e clientes.

Mas os críticos reagiram, apelidando a política de preconceituosa e injusta para aqueles que simplesmente gostam de beber um copo sozinhos ou trabalham até tarde e querem ir a um bar antes de irem para casa. “Mente fechada”, escreveu uma pessoa, referindo que costuma parar em bares sozinha depois do horário de trabalho. Outros defenderam que proibir a entrada de clientes sozinhos reforça as suposições negativas sobre as pessoas que passam tempo sozinhas e contribui para uma cultura noturna menos acolhedora.

Peters sublinha que a regra se aplica apenas durante o horário de funcionamento das discotecas, quando o local fica lotado e a equipa se concentra na gestão de grupos. Os clientes que viajam sozinhos ainda são bem-vindos ao início da noite e podem entrar depois das 21h00 se encontrarem amigos à porta ou já estiverem dentro do bar.

Para alguns, a política do Alibi é uma medida de segurança sensata; para outros, sinaliza uma mudança indesejável no sentido da fiscalização da forma como as pessoas escolhem ou não socializar.


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