As declarações de Emmanuel Macron surgem após um encontro com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, em Paris.
“Não existe, em rigor, um plano finalizado hoje sobre as questões territoriais. Só poderá ser acabado pelo presidente Zelensky”, defendeu Emmanuel Macron.
“Sobre as questões dos ativos congelados, das garantias de segurança, da adesão à União Europeia e das sanções europeias, [este plano] só poderá ser finalizado com os europeus sentados à mesa. Portanto, ainda estamos numa fase preliminar”, referiu.
Acrescentou ainda que “a Ucrânia é o único país que pode tomar decisões sobre o seu território”.
Depois de se ter reunido em Paris com o seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, o chefe de Estado francês acusou a Rússia de “não dar qualquer sinal de querer a paz”, que, segundo ele, “é procurada por americanos, ucranianos e europeus”.
Esta segunda-feira, em Paris, Macron e Zelensky realizaram uma videoconferência com o enviado especial dos Estados Unidos para a Ucrânia, Steve Witkoff. Os negociadores norte-americanos, incluindo Steve Witkoff, viajam para Moscovo nas próximas horas.
Os líderes francês e ucraniano conversaram também com o negociador-chefe ucraniano, Rustem Umerov, oito líderes europeus, os presidentes do Conselho Europeu e da Comissão Europeia e o secretário-geral da NATO.
“Pressão sobre o agressor”
A guerra na Ucrânia foi também o tema de uma reunião dos ministros da Defesa dos 27, em Bruxelas. A chefe da diplomacia europeia alertou para o perigo de se concentrar sobre a Ucrânia toda a pressão das negociações para um cessar-fogo.
Kaja Kallas disse esta tarde recear que “toda a pressão venha a ser exercida sobre o lado mais fraco, uma vez que a rendição da Ucrânia é a maneira mais fácil de acabar com a guerra”.
“Se queremos impedir esta guerra de alastrar [a outros países e regiões], devemos exercer toda a pressão sobre o agressor, ou seja, a Rússia”, advertiu.
O objetivo das negociações em curso deve ser acabar com a guerra e impedir que “recomece daqui por uns anos”, acrescentou a responsável.
A reunião entre o enviado de Trump e Vladimir Putin irá realizar-se esta terça-feira, em Moscovo, depois de negociações entre as autoridades norte-americanas e os negociadores ucranianos, nos Estados Unidos.
Estas negociações surgem na sequência da proposta de cessar-fogo apresentada pela Administração Trump, conhecido em novembro. Os 28 pontos iniciais incluíam a cedência à Rússia dos territórios ucranianos ocupados desde 2022 e também a península da Crimeia, anexada unilateralmente em 2014.
Previa também a redução para praticamente metade do número de militares nas Forças Armadas ucranianas. O processo foi iniciado sem qualquer envolvimento por parte dos parceiros europeus.
(com agências)