A maioria dos organismos vivos, incluindo os humanos, não sobrevive nem por alguns instantes no vácuo do espaço. No entanto, os esporos do musgo mantiveram sua vitalidade após nove meses de exposição direta. Isso fornece uma prova impressionante de que a vida que evoluiu na Terra possui, no nível celular, mecanismos intrínsecos para suportar as condições do espaço Tomomichi Fujita, da Universidade de Hokkaido

Como foi o experimento

O musgo Physcomitrium patens foi submetido a um ambiente simulado de espaço, com altos níveis de radiação, temperaturas extremas (muito altas e muito baixas) e vácuo quase absoluto. Eles testaram três estruturas diferentes do musgo para descobrir qual tinha mais chance de sobreviver no espaço:

  • protonemata (musgo jovem);
  • células de brotamento (células-tronco especializadas que surgem em condições de estresse);
  • esporófitos (esporos encapsulados).

Esperávamos que a combinação de estresses do espaço —vácuo, radiação cósmica, flutuações extremas de temperatura e microgravidade —causasse danos muito maiores do que qualquer estresse isolado Tomomichi Fujita

Os esporófitos foram os que se saíram melhores nos testes. Eles conseguiram, por exemplo, sobreviver e germinar após serem expostos a ?196 °C por mais de uma semana e após ficarem um mês inteiro a 55 °C. A equipe sugere que a estrutura que envolve o esporo funciona como uma barreira protetora, absorvendo a radiação e protegendo física e quimicamente o esporo interno.