Lando Norris, Max Verstappen e Oscar Piastri preparam-se para lutar pelo título mundial este domingo em Abu Dhabi, no último Grande Prémio do ano.
O piloto da Red Bull recuperou de uma desvantagem de 104 pontos e intrometeu-se na luta da dupla da McLaren.
Contudo, um final de campeonato com mais de dois candidatos não é inédito na história da modalidade. Já aconteceu em 1981, 1986, 2007 e 2010.
Em 1981, o palco da decisão foi Las Vegas, mais precisamente o parque de estacionamento do casino Caesars Palace. E Carlos Reutemann, Nelson Piquet e Jacques Laffite podiam todos ser campeões. Naquela época, a vitória valia 9 pontos, apenas os seis primeiros pontuavam e contavam os onze melhores resultados da época.
O piloto argentino da Williams partiu da pole position, o que lhe dava uma vantagem teórica. No entanto, o seu colega de equipa, Alan Jones, teve um arranque melhor e isolou-se na frente. Reutemann focou-se em proteger a distância para os rivais diretos, mas a sua caixa de velocidades cedeu, fazendo-o cair na classificação até ao 8.º lugar, fora dos pontos.
O beneficiado foi o brasileiro Nelson Piquet que, apesar de sofrer com o calor do Nevada, conseguiu garantir um 5.º lugar. Os dois pontos conquistados foram suficientes para lhe dar o seu primeiro título mundial.
Em 1986, Adelaide recebeu o último dos 16 Grandes Prémios da temporada. Nigel Mansell da McLaren, com 70 pontos, era o favorito contra Alain Prost (64 pontos) e Nelson Piquet (63 pontos), ambos da Williams.
Durante a corrida, Mansell que nunca tinha sido campeão estava a liderar de forma controlada, até à fatídica 64.ª volta, quando o seu pneu traseiro esquerdo explodiu. Este incidente forçou o seu abandono e custou-lhe o título.
Na Williams, instalou-se o pânico e Piquet foi chamado às boxes para trocar de pneus, abrindo caminho para Prost. O francês, no entanto, temia ficar sem combustível, mas conseguiu cruzar a bandeira de xadrez, alcançando a sua 25.ª vitória na F1 e o seu segundo título mundial, com apenas 2 pontos de vantagem sobre Mansell e 3 sobre Piquet.
Em 2007, a última corrida foi em Interlagos. Lewis Hamilton e Fernando Alonso da McLaren tinham começado uma grande rivalidade equilibrada e Kimi Räikkönen da Ferrari também estava na luta. Na altura, uma vitória valia 10 pontos e o britânico liderava com 107, face aos 103 pontos do espanhol e 100 do finlandês.
Logo na segunda curva, Hamilton tentou ultrapassar o seu colega de equipa, mas saiu de pista e caiu para o 8.º lugar. Poucas voltas depois, um problema na caixa de velocidades obrigou-o a abrandar, fazendo-o perder mais dez posições e todas as esperanças de conquistar o título nesse dia.
Na frente da corrida, Räikkönen acabou por levar a melhor sobre o seu colega de equipa, Felipe Massa e venceu a corrida. Alonso geriu a sua corrida em demasia e terminou em 3.º lugar, a 57 segundos do vencedor.
No final, Hamilton conseguiu apenas o 7.º lugar, ficando a duas posições do resultado que precisava para ser campeão. E o título mundial foi conquistado por Räikkönen, com apenas um ponto de vantagem sobre a dupla da McLaren, num dos finais de campeonato mais surpreendentes de sempre.
Em 2010, com o sistema de pontuação atual (25 pontos para o vencedor), a última corrida em Abu Dhabi viu quatro pilotos com hipóteses matemáticas de conquistar o título, um cenário inédito na história da Fórmula 1. Fernando Alonso (Ferrari) liderava, seguido por Mark Webber (Red Bull), Sebastian Vettel (Red Bull) e Lewis Hamilton (McLaren).
Após as primeiras paragens nas boxes, Alonso cometeu um erro estratégico ao copiar a tática de Webber, parando cedo. Ambos ficaram presos atrás de Vitaly Petrov da Renault, que já tinha trocado para pneus duros e não precisava de parar mais. Volta após volta, o espanhol foi incapaz de ultrapassar o piloto russo.
Enquanto Alonso e Webber perdiam tempo precioso, Vettel liderava a corrida de forma tranquila, seguido por Hamilton. No final, Alonso terminou apenas em 7.º lugar, um resultado insuficiente para segurar a liderança do campeonato.
Por uma margem de apenas quatro pontos, Sebastian Vettel sagrou-se o mais jovem campeão do mundo da história da Fórmula 1, com 23 anos, 4 meses e 11 dias, provando mais uma vez que o líder à entrada da última prova nem sempre é quem festeja no final.
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