Em 2015, o explorador amador David Hole acreditou ter feito o achado da sua vida. Durante uma varredura de rotina com seu detector de metais em Maryborough, região histórica da corrida do ouro australiana, ele encontrou uma pedra pesada, avermelhada e cercada por argila amarela. Tudo ali parecia confirmar a esperança de ter diante de si uma enorme pepita formada ao longo de milhões de anos. Convencido disso, levou o pedregulho para casa e iniciou uma verdadeira batalha para abri-lo.

Hole tentou de tudo: serrote, esmerilhadeira, furadeira, banho de ácido. Nem mesmo a força bruta de uma marretada conseguiu rachar o bloco resistente. A persistência se estendeu por anos, até que, em 2018, ele decidiu entregar a rocha ao Museu de Melbourne em busca de respostas.

Pedra de ouro?

A surpresa veio rapidamente. O geólogo Dermot Henry, com décadas de experiência na instituição, reconheceu que não se tratava de ouro — e sim de um meteorito. “Em 37 anos trabalhando no museu, essa é apenas a segunda vez em que me trouxeram um meteorito de verdade”, afirmou Henry em entrevista ao Sydney Morning Herald em 2019.

Batizado como meteorito de Maryborough, o objeto tem mais de quatro bilhões de anos, pesa 17 quilos e provavelmente se originou no cinturão de asteroides entre Marte e Júpiter. Ele é um dos 17 meteoritos já identificados no estado de Victoria e o segundo mais pesado entre eles — atrás apenas de outro exemplar de impressionantes 55 quilos.