No Brasil para participarem de um painel na CCXP25, o astro Timothée Chalamet e o diretor Josh Safdie promoveram nesta quinta-feira, 4, em São Paulo, uma exibição parcial do filme Marty Supreme, seguida de uma sessão de perguntas e respostas com a jornalista Aline Diniz durante cerca de 30 minutos. O evento ocorreu no BTG Pactual Hall, novo teatro situado na zona sul da capital.
“Eu amo o Brasil. Estive aqui há alguns anos na CCXP [em 2023, para lançar Duna: Parte II] e a recepção foi incrível. Há uma comunidade cinematográfica muito vibrante aqui”, exaltou Chalamet, vestido dos pés à cabeça de amarelo e com um lenço verde no pescoço.
O novo longa-metragem, um dos principais cotados ao Oscar 2026, chega aos cinemas brasileiros em 8 de janeiro e conta a história errática de Marty Mauser, um talento do tênis de mesa que acredita estar predestinado a cumprir uma missão e, movido por ambição desenfreada, quer alcançar o estrelato.
A trama é vagamente baseada na vida de Marty Reisman, mesa-tenista americano de sucesso. O orçamento do projeto foi de US$ 70 milhões, superando Guerra Civil (2024) como a empreitada mais cara da história da A24.
O cineasta Josh Safdie e o ator Timotheé Chalamet em São Paulo durante exibição do filme ‘Marty Supreme’ Foto: Beatriz Amendola/Estadão
“O tênis de mesa é simplesmente como uma metáfora no filme. A busca de Marty é singular. Ele só quer ser ótimo. Ele não vai aceitar um não como resposta”, ressaltou o ator de 29 anos, que também atravessa uma jornada própria em busca da grandeza.
O rapaz persegue sua terceira indicação ao prêmio da Academia após ser aclamado pelas interpretações no drama gay Me Chame Pelo Seu Nome (2017) e na cinebiografia Um Completo Desconhecido, sobre a vida de Bob Dylan.
Safdie exalta Babenco e Hugo Hoyama
O diretor Josh Safdie citou o filme Um Lugar ao Sol (1951) como uma das principais influências para Marty Supreme e comparou o estilo de Chalamet a Tom Cruise. Ele também contou ser um grande admirador de Cidade de Deus (2002) e Pixote, a Lei do Mais Fraco (1980), exaltando Hector Babenco. “Sei que ele é argentino, mas vocês o assumiram para si”, brincou, antes de fazer menção a Hugo Hoyama como um dos grandes nomes do tênis de mesa.
Timothée Chalamet é protagonista do filme ‘Marty Supreme’, de Josh Safdie Foto: Diamond Films/Divulgação
“É um esporte que exige muita atenção. Eu tive déficit de atenção e joguei muito quando era criança, o que me ajudou na concentração”, complementou o realizador de 41 anos, que começou a carreira fazendo filmes com o irmão Benny Safdie.
A dupla debutou com os dramas Bom Comportamento (2017) e Joias Brutas (2019), pelos quais registraram um estilo cinematográfico marcado por alta tensão e ritmo frenético para contar histórias urbanas sobre homens ambíguos. A tônica permanece em Marty Supreme, mas dessa vez Josh assumiu a direção sem Benny. Os irmãos Safdie se separam por causa de diferenças criativas.
Safdie ainda trouxe leveza ao palco ao contar que sua bagagem não chegou no Brasil e foi parar em Orlando, nos “nos parques da Disney”, ele brincou. Por isso, precisou comprar roupas às pressas em São Paulo.
Chalamet e Safdie são atrações da CCXP nesta sexta-feira, 5, às 20h, no Palco Thunder. O evento de cultura pop ocorre até domingo, 7, no São Paulo Expo, na Rodovia dos Imigrantes.