
A entrada da Apple no mercado dos dobráveis tem sido tema de especulação durante anos, com patentes e relatórios da indústria a desenharem o perfil daquele que será o primeiro smartphone flexível da marca. No entanto, uma nova fuga de informação sugere que o iPhone Fold poderá adotar uma característica controversa que ameaça o seu sucesso num dos mercados mais importantes do mundo: a China.
Segundo informações divulgadas pelo conhecido leaker Instant Digital na rede social Weibo, o futuro dobrável da gigante de Cupertino poderá abdicar totalmente da ranhura para cartões SIM físicos, apostando exclusivamente na tecnologia eSIM.
O desafio do eSIM no mercado chinês
A transição para um dispositivo apenas com eSIM, embora pareça um passo natural na evolução tecnológica, representa um obstáculo significativo na China. Ao contrário do que acontece em muitos mercados ocidentais, os consumidores chineses continuam a preferir largamente a utilização de cartões físicos. Esta preferência deve-se, em grande parte, à facilidade e pragmatismo de trocar o cartão entre equipamentos sem depender de processos de ativação digitais ou de deslocações a lojas de operadoras.
A publicação da fonte refere que é “altamente provável” que o dispositivo não tenha entrada física, lamentando que o suporte à tecnologia no país ainda precise de evoluir. Atualmente, a infraestrutura para o eSIM na China enfrenta limitações, com operadoras como a China Mobile, China Telecom e China Unicom a exigirem, em muitos casos, ativações presenciais, o que retira a conveniência prometida pelo formato digital.
Esta situação já se fez sentir com outros modelos. O iPhone Air, por exemplo, tem enfrentado rejeição no mercado chinês, onde os utilizadores tendem a valorizar mais a flexibilidade dos chips físicos e baterias de maior capacidade, em detrimento da espessura reduzida ou da exclusividade do eSIM.
Dimensões e design inspirados no iPad mini
Para além da conectividade, a fuga de informação traz novos detalhes sobre o formato do dispositivo. Tudo indica que o iPhone dobrável terá como foco a portabilidade e a espessura reduzida, sendo descrito como tendo uma estrutura fina, comparável a dois iPhone Air unidos.
No que toca aos ecrãs, o painel principal flexível deverá apresentar 7,8 polegadas, aproximando-se das dimensões de um iPad mini quando aberto. Já o ecrã externo, destinado a interações rápidas quando o telemóvel está fechado, deverá contar com 5,5 polegadas. Resta saber se a Apple conseguirá contornar as limitações de infraestrutura na China ou se o iPhone Fold será lançado com variantes específicas para diferentes regiões, mantendo o tabuleiro do cartão SIM onde este ainda é rei.