“O alegado vício em redes sociais afeta apenas 2% dos utilizadores”, afirmam investigadores de um estudo citado pelo El País. Os dois especialistas em neurociência e psicologia, Ian Anderson do Instituto de Tecnologia da Califórnia e Wendy Wood da Universidade do Sul da Califórnia, explicam que “o uso excessivo das plataformas é, na maioria dos casos, apenas um mau hábito e não um vício verdadeiro”.

O estudo, publicado na Scientific Reports e relatado pelo El País, analisou mais de mil utilizadores adultos do Instagram e concluiu que, “embora quase um em cada cinco participantes se considerasse viciado, apenas 2% apresentavam sintomas compatíveis com dependência clínica”. Anderson refere ao El País que “o termo vício é frequentemente usado de forma excessiva, levando os utilizadores a superestimarem o seu nível de dependência”.

Segundo Wood, citada pelo El País, os hábitos de uso das redes sociais podem ser corrigidos com medidas simples, como desativar notificações, deixar o telemóvel fora de vista ou substituir a interação online por atividades alternativas. Os investigadores alertam que rotular o uso frequente como vício pode prejudicar a perceção dos utilizadores e desviar estratégias eficazes para reduzir hábitos prejudiciais.

O El País também destaca que, embora a grande maioria dos utilizadores não seja viciada, o estudo reconhece que o uso intenso das redes pode gerar efeitos negativos, como perturbações do sono ou dificuldade em concentrar-se noutras atividades. Anderson e Wood sublinham que as redes sociais podem ter impactos positivos, promovendo ligação social e combate à solidão, dependendo da forma como são utilizadas.