O diretor-executivo do Serviço Nacional de Saúde (SNS), Álvaro Almeida, reconheceu, esta terça-feira, aos jornalistas, que o Hospital Fernando da Fonseca, mais conhecido como Amadora-Sintra, está a lidar com um “problema sério” no serviço de urgência, onde a espera no atendimento é de mais de uma dezena de horas.

“É a Unidade Local de Saúde (ULS) com mais utentes sem médico de família por falta de recursos humanos. E, portanto, no caso do Fernando da Fonseca não é possível colmatar as necessidades com recurso aos cuidados de saúde primários porque também nos cuidados de saúde primários não temos esses recursos”, começou por salientar o responsável, à margem de uma visita ao Hospital da Póvoa de Varzim, garantindo que estão já a “reforçar as equipas”, o que “não é fácil porque há uma falta de recursos humanos estrutural” e estão também a “reorganizar o funciomento da urgência”.

“No Amadora-Sintra há um problema e é um problema sério. É o principal problema, neste momento, no SNS. Aquilo que mais preocupa a equipa executiva do SNS”, admitiu.

Para Álvaro Almeida para esta situação contribuem “vários problemas”. “O problema de base, de fundo, é a falta de recursos humanos. Depois há outros problemas associados, a forma como as urgências estão organizadas, diferente de outros hospitais, contratos de trabalho diferentes, portanto, há uma série de questões que se conjugam para criar um problema”, reiterou.

Questionado sobre as soluções que estão a ser avaliadas para resolver o problema do atendimento nas urgências do Amadora-Sintra, o responsável disse apenas que estas estão a ser discutidas junto com a administração do hospital.

“Estamos a trabalhar ativamente neste sentido”, assegurou, sem querer adiantar mais sobre o assunto.

“Como indica qualquer plano de contigência, o que o hospital tem de fazer é reorganizar o seu modo de trabalhar para responder ao aumento da procura. No caso do Amadora-Sintra, nós temos, por exemplo, o problema dos internamentos sociais. É o hospital com mais internamentos inapropriados. Temos o problema dos recursos humanos. Temos uma série de problemas que vamos resolver mas que não é fácil porque vêm há anos e que vamos resolvendo dentro do possível, mas não há soluções milagrosas. Há soluções para minimizar o problema. Não vamos aceitar que se mantenham as 13h de espera”, afiançou.

Recorde-se que, de acordo com a ministra da Saúde, “as próximas oito semanas serão particularmente exigentes” devido à gripe.

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