O alerta surge um dia depois de um terramoto de magnitude 7,5 ter atingido o nordeste do Japão, ferindo pelo menos 30 pessoas e forçando milhares a abandonar as suas casas.

KYODO
A Agência Meteorológica do Japão (JMA) alertou esta terça-feira para a forte probabilidade de um sismo de grande magnitude atingir o norte do país até à próxima semana, na sequência do terramoto de 7,5 registado na noite de segunda-feira.
De acordo com Morikubo Tsukasa, responsável do gabinete da primeira-ministra para a preparação para desastres, “com base nas estatísticas de terramotos registados em todo o mundo, existe a possibilidade de um sismo de grande escala, com magnitude igual ou superior a 8, ocorrer ao longo da Fossa do Japão ou da Fossa de Chishima, perto de Hokkaido, como consequência do tremor de segunda-feira”, afirmou à agência japonesa NHK.
O responsável sublinhou, contudo, que o cenário não é garantido.
“Não há certeza de que um terramoto de grande magnitude ocorrerá. No entanto, todos devem atender ao alerta e tomar precauções para proteger as suas vidas”, acrescentou.
Este é o primeiro aviso deste tipo desde 2022.
Sismo de 7,5 fez pelo menos 30 feridos
O Japão está localizado na junção de quatro placas tectónicas, no chamado “Anel de Fogo” do Pacífico, uma das zonas sísmicas mais ativas do planeta, e regista cerca de 1.500 terramotos por ano, a maioria de baixa intensidade.
No início do ano, o comité de investigação de terramotos do Japão reforçou a preocupação sísmica ao indicar que existe uma probabilidade de 60% a 90% de que um megassismo ocorra na fossa de Nankai nos próximos 30 anos.
Os piores cenários apontam para centenas de milhares de mortes e danos que podem ascender a dois biliões de dólares (1,7 biliões de euros).
Pior sismo no Japão ocorreu em 2011
Até ao momento, o sismo mais catastrófico registado no Japão ocorreu em março de 2011, quando um terramoto de magnitude 9,0 desencadeou um tsunami que causou cerca de 18.500 mortos.
A tragédia provocou ainda a fusão de três reatores na central nuclear de Fukushima, no que se tornou o mais grave acidente nuclear desde Chernobyl, em 1986.